Governo “chega tarde” à suspensão de venda de ativos do Novo Banco
"Governo já deveria ter tomado uma medida relativamente à gestão de ativos do Novo Banco há muito tempo", diz Duarte Alves, deputado do PCP.
O PCP criticou o atraso na auditoria ao Novo Banco e apontou ao Governo por “chegar tarde” e só agora defender que não devem ser feitas novas vendas de carteiras de ativos.
Em declarações à Lusa, o deputado comunista Duarte Alves afirmou que o executivo do PS “chega tarde” a esta posição porque “havia muitos indícios, muitos alertas também que foram feitos pelo PCP em vários momentos de discussão sobre estes temas do Novo Banco”.
“E, portanto, o Governo já deveria ter tomado uma medida relativamente à gestão de ativos do Novo Banco há muito tempo”, disse ainda.
Desde 2018, alegou, que o PCP “chamava a atenção da gestão dos ativos por parte da Lone Star e da forma como poderiam estar a ser geridos de forma a beneficiar de interesses da própria Lone Star”.
O Governo anunciou que a auditoria ao Novo Banco não vai estar concluída até hoje, conforme previsto, e considerou que até à sua conclusão não deverão ser realizadas outras operações de venda de carteiras de ativos por parte da instituição bancária.
Um comunicado emitido na quinta-feira à noite pelo Ministério das Finanças refere que hoje, dia 31 de julho, se realiza “uma reunião do Comité de Acompanhamento Operacional da auditoria ao Novo Banco, órgão que é composto pelo Fundo de Resolução, pelo Novo Banco, enquanto entidade auditada, e pela Deloitte, enquanto auditor independente selecionado para a realização da referida auditoria”.
Nesse encontro, onde não está representado o executivo, “o auditor independente apresentará as conclusões preliminares de um conjunto de secções integrantes do relatório de auditoria”.
Para Duarte Alves, deputado da comissão de Orçamento e Finanças, “não há justificação para atrasar a entrega dessa auditoria”, que é “importante” e que “deve fazer uma análise cabal daquilo que foi a gestão de ativos no Novo Banco”.
O Novo Banco, que ficou com parte da atividade bancária do BES na sequência da resolução de 2014, foi vendido em 2017 ao fundo norte-americano Lone Star, que detém 75% do seu capital, sendo os restantes 25% propriedade do Fundo de Resolução bancário, entidade gerida pelo Banco de Portugal.
O Expresso noticiou no sábado que António Costa enviou uma carta à Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, onde pede a suspensão da venda de ativos do Novo Banco até que esteja concluída a auditoria que está a ser feita pela Deloitte.
Segundo a carta, o chefe do Governo fala das acusações feitas no parlamento pelo presidente do PSD, Rui Rio, sobre as vendas de ativos pelo Novo Banco para sustentar o pedido para que o Ministério Público desenvolva “os procedimentos cautelares adequados à proteção dos interesses financeiros do Estado” até que a auditoria esteja concluída.
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