Salário Mínimo não foi discutido com partidos à esquerda, diz Siza Vieira
Siza Vieira não teme uma crise política na aprovação do OE de 2021, seria algo "incompreensível" e diz que na Efacec "vão valorizar, não apenas o encaixe financeiro, mas também a visão estratégica".
“O tema não foi sequer objeto de discussão entre o Governo, o PCP, o Bloco de Esquerda, o PEV, o PAN”. É desta forma que o ministro da Economia responde, em entrevista ao Observador (acesso pago) a uma eventual subida do salário mínimo.
Questionado sobre se há margem para aumentar o salário mínimo nos termos em que foi acordado com o PCP e o Bloco de Esquerda, Siza Vieira foi claro: “Não é uma questão que se coloque agora”. O número dois do Governo não teme uma crise política na aprovação do Orçamento de Estado de 2021 até porque “o país não admite, não concebe que o sistema político e partidário não consiga dar uma resposta política estruturada num contexto em que estamos a viver tantas dificuldades do ponto de vista económico e social”. “Neste contexto tão difícil, mas ao mesmo tempo em que temos estes recursos europeus à nossa disposição, vir a pensar que se cria no Parlamento uma crise política porque os partidos que trabalharam juntos durante cinco anos não têm capacidade para se entender nesta altura. Acho incompreensível. E nem sequer concebo”, rematou em entrevista ao programa “Sob Escuta”, da Rádio Observador.
Quanto à privatização da Efacec, Siza Vieira disse estar “convicto de que há muitos interessados na Efacec”. “Podem estar interessados numa parte do negócio ou estarem interessados no negócio como um todo. Na venda, provavelmente vamos valorizar, não apenas o encaixe financeiro mas também a visão estratégica para a empresa“, sublinhou garantindo que Isabel dos Santos poderá vir a receber do Estado português pela participação de 70% que tinha na empresa. “O Estado é obrigado a determinar o valor daquela participação e pagar a quem provar que essa indemnização é devida. Pode ser a engenheira Isabel dos Santos, podem ser os bancos que são credores delas”, explicou o ministro lembrando que “num Estado de Direito não se confisca”.
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