Recuperação na Zona Euro parece ser mais robusta do que nos EUA, diz Moody’s

A agência de rating considera que a recuperação económica da Zona Euro parece mais robusta que a dos EUA ou Reino Unido. Ainda assim, reviu em baixa as projeções para a economia da moeda única.

A Moody’s vê mais robustez na recuperação económica da Zona Euro do que na dos Estados Unidos ou Reino Unido. No relatório divulgado esta terça-feira, a agência de rating considera que a recuperação da economia mundial mantém-se “ténue” uma vez que persistem os medos relacionados com a pandemia.

Após uma contenção geral do vírus até ao início de maio, a recuperação [económica] na Zona Euro parece estar a ser mais robusta do que nos Estados Unidos ou no Reino Unido“, lê-se no relatório da autoria da economista Madhavi Bokil, vice-presidente da Moody’s.

Apesar deste tom mais positivo em relação à Zona Euro, a Moody’s reviu em baixa as projeções para a economia europeia, antecipando uma recessão de 9% em 2020 (menos 0,5 pontos percentuais que na última projeção), seguida de uma recuperação de 6,3% em 2021. Para os EUA, a previsão é de uma queda do PIB de 5,7% em 2020 e uma recuperação de 4,5% em 2021. No Reino Unido, a quebra será de 10,1% e a retoma de 7,1%.

A agência de rating não prevê que haja um ressurgimento generalizado do vírus na Europa, ainda que as infeções tenham aumentado em França, Alemanha, Espanha e Itália nas últimas duas semanas: “A testagem em larga escala, o contact tracing e os programas de quarentena que os países implementaram irão prevenir” esse ressurgimento. Por esse motivo, a Moody’s mantém as previsões para o PIB de França e Alemanha este ano e no próximo, respetivamente nos -10,1% e 7,7% e nos -6,7% e 5,4% em 2020 e 2021.

Contudo, Itália não tem a mesma sorte com a agência de rating a rever em baixa a sua previsão para uma recessão de 10,8% por causa da contração acima do esperado no segundo trimestre. A economia italiana contraiu 17,3% entre abril e junho, uma quebra apenas superada por Espanha e França.

A Moody’s aproveita também para deixar um elogio ao fundo de recuperação europeu de 750 mil milhões de euros para ajudar as economias mais afetadas pela crise pandémica. “O fundo irá ajudar a estimular a recuperação económica da Europa, assim como a solidificar ainda mais a integração económica europeia“, escreve Madhavi Bokil, vice-presidente da Moody’s.

Em contraste, o PIB do Reino Unido registou no segundo trimestre a maior quebra entre os países do G-20, o que reflete a “maior severidade do surto de coronavírus” no país assim como a maior duração das restrições. A seu desfavor os britânicos têm ainda a incerteza relativamente à relação futura com a União Europeia, que está a ser negociada em antecipação do fim do período de transição no final deste ano.

No caso dos EUA, a Moody’s refere que o ritmo da recuperação “pode ter desacelerado em julho por causa de novos encerramentos em alguns estados” com o ressurgimento de infeções.

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