Banco BNI Europa corta 40% do pessoal após falhanço na venda a chineses

Banco português detido pelo angolanos do BNI conta atualmente com 70 trabalhadores, depois da saída de mais de quatro dezenas de funcionários nos últimos meses. Não prevê mais saídas.

O BNI Europa, detido pelo angolano BNI, cortou 40% do número de trabalhadores nos últimos meses, na sequência do falhanço da venda do banco ao grupo chinês KWG e da deterioração das condições do mercado devido à situação de pandemia.

As saídas atingiram cerca de 45 trabalhadores, com o banco liderado por Pedro Pinto Coelho a não perspetivar “para já” mais dispensas do quadro de pessoal que conta, atualmente, com 70 colaboradores.

Contactado pelo ECO, o BNI Europa justifica a redução com as “circunstâncias decorrentes da não concretização de operação de alienação de participação no respetivo capital social a investidor estrangeiro” e com “as atuais e prospetivas condições de mercado, significativamente afetadas pela pandemia Covid-19”.

Foi este contexto adverso que levou o banco a “redimensionar a sua estrutura e modo de funcionamento, com vista a dotá-lo de maior funcionalidade e articulação interna/externa, a par da melhoria da eficiência/eficácia e performance num contexto de racionalização de custos”, adiantou fonte oficial do BNI Europa ao ECO.

Prejuízos de 2,25 milhões, aumento de capital de 7,5 milhões

O processo de reestruturação era já esperado depois de o grupo KWG ter deixado cair o negócio de compra de 80% do capital do banco no passado mês de abril devido ao Covid-19 e às incertezas económicas e financeiras decorrentes da pandemia. A operação já tinha passado pelo crivo do supervisor europeu, mas os chineses voltaram atrás com a transação face à nova realidade.

Já na altura o BNI Europa sublinhava que esse revés iria obrigar a “uma revisão do plano de negócios, adequando-o às novas circunstâncias e ao atual momento da economia mundial”.

Apesar das mudanças, o banco, que terminou o primeiro trimestre com prejuízos de 2,25 milhões de euros e já realizou dois aumentos de capital no valor de 7,5 milhões este ano, frisa que “mantém o compromisso de, com o apoio do seu acionista único, continuar a disponibilizar produtos e serviços aos seus clientes com os mesmos padrões de qualidade, rigor e transparência”.

O BNI Europa é detido pelo banco angolano BNI, do qual Mário Palhares é principal acionista e se prepara para regressar ao cargo de CEO, de acordo com a imprensa angolana. Tal como a subsidiária portuguesa, também o BNI vai sofrer um forte ajustamento no número de trabalhadores, com o jornal Luanda Post a avançar com 350 saídas.

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