Plano outono-inverno da DGS recomenda máscaras em algumas situações ao ar livre
A Direção-Geral da Saúde (DGS) já publicou o plano da saúde para o período "outono-inverno". É recomendado o uso de máscara ao ar livre quando não está garantido o distanciamento físico.
Já foi divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) o plano para controlar a pandemia no período do outono e inverno, que “constitui, habitualmente, uma época com desafios para os sistemas de saúde”, desta vez acrescidos por causa da pandemia.
O documento prevê o “uso obrigatório” de máscara para pessoas com mais de dez anos em “espaços públicos fechados”, tal como já prevê a lei. No entanto, vai mais longe e recomenda o uso de máscara “em qualquer espaço aberto ou fechado sempre que não esteja garantido o distanciamento físico mínimo de dois metros”.
Em conferência de imprensa, Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, explicou que a DGS prevê vir a publicar uma orientação no sentido do uso de máscara no exterior nessas situações em que não seja possível manter o distanciamento. A responsável recusou, contudo, avançar com uma obrigatoriedade generalizada de uso de máscara ao ar livre.
“A opção por máscaras comunitárias (certificadas) deve ser incentivada, não apenas para evitar a escassez de máscaras cirúrgicas nas unidades prestadoras de cuidados de saúde, mas também em nome da sustentabilidade ambiental”, acrescenta o documento.
Consulte aqui o documento na íntegra:
O plano da DGS para o período outono-inverno assenta em “três domínios estratégicos”, que vão da resposta ao risco sazonal à manutenção da resposta a situações de Saúde que não estão relacionadas com a Covid-19. Debruça-se ainda sobre o domínio da “literacia e comunicação”, onde se inclui o incentivo à utilização da app StayAway Covid.
Deste modo, a DGS pretende encarar os “desafios adicionais” que são esperados com o surgimento do tempo mais frio, com aumento da incidência da Covid-19 a nível nacional, o surgimento da gripe sazonal e de outras infeções respiratórias e a necessidade de prestação de cuidados de saúde “não-Covid-19”, ou seja, todos os outros.
Assim, e apesar de ser “sobretudo” um documento orientador para as autoridades de saúde, o plano agora divulgado não deixa de ressalvar as medidas de redução de transmissão do novo coronavírus. Entre elas, a redução dos contactos entre pessoas, a manutenção do distanciamento físico, a etiqueta respiratória, a higienização frequente das mãos, a limpeza e desinfeção de equipamentos e superfícies, ventilação de espaços, entre outras.
A DGS tenciona manter a linha SNS24 como porta de entrada aos cuidados de saúde para quem tenha sintomas sugestivos de Covid-19, mas também formalizar uma task-force de resposta “não-Covid”, para garantir que todos os doentes têm os cuidados de que necessitam. Uma das medidas prevê o incentivo de “cirurgia eletiva e de ambulatório com avaliação pré-operatória em modelo drive-through” fora dos hospitais, mas existem outras, como a definição de unidades hospitalares “Covid-19 free“.
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Época vacinal antecipada para o fim do mês
O plano de saúde da DGS para o outono-inverno também inclui indicações do ponto de vista da vacinação, quer da vacina contra a gripe, quer de uma eventual vacina contra a Covid-19 que venha a surgir nestes próximos meses. Com efeito, o documento antecipa “para o final de setembro” o início da época vacinal, desde já contra o vírus da gripe.
Como se esperava, está também previsto “o aumento do número de doses e, consequentemente, da cobertura vacinal”, mas será dada prioridade aos grupos de risco. Entre eles, residentes e utentes dos lares, profissionais de saúde e grávidas, e, só depois, a restante população. É ainda alargada a gratuitidade da vacina a grávidas e serão alargados e diversificados os locais de vacinação.
A meio e no final da época, a DGS prevê monitorizar a cobertura e efetividade da vacina contra a gripe. Para tal, recorrerá aos instrumentos de monitorização já existentes.
A DGS tenciona ainda manter uma estratégia de comunicação interna e externa, que “deve continuar o seu enfoque na comunicação de risco e de crise”. “Pretende-se que a informação seja clara, transparente e adequada às diferentes fases da epidemia, respondendo às necessidades da população e tendo um especial enfoque no combate às notícias falsas (fake news), geradoras de comportamentos de risco”, lê-se no plano.
(Notícia atualizada pela última vez às 14h40)
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