Desconto em venda do Novo Banco em França gera queixa. Banco diz que foi a “preço de mercado”

  • ECO
  • 24 Setembro 2020

Novo Banco vendeu com um desconto de mais de 68% o ativo BES Vénétie ao fundo Cerberus. Banco diz que operação conduzida pelo Intesa Sanpaolo foi feita a "preço de mercado".

A venda da subsidiária francesa do Novo Banco no final de 2018 foi feita com um desconto de 68,2% face ao preço de balanço, facto que, a par com uma acusação de conflito de interesses, também originou uma queixa junto das autoridades europeias. A notícia é avançada pelo Público (acesso condicionado) e já mereceu resposta da parte do banco, que assegura que a venda “foi realizada a preço de mercado”.

Em causa está a alienação do BES Vénétie, ativo herdado do falido BES, ao fundo norte-americano Cerberus. Byron Haynes, atual chairman do Novo Banco, foi presidente executivo de um banco detido por esse fundo, que veio então a comprar ao Novo Banco esse ativo com um desconto significativo, explica o jornal.

O Novo Banco, em comunicado, assegura que a venda do Novo Banco em França “foi realizada a preço de mercado, por um rácio price-to-book de 0,28, valor que compara positivamente, por exemplo, com o atual valor de transação do único banco cotado português”.

O Novo Banco assegura também que “o BES Vénétie foi um banco vendido através de um processo organizado e competitivo”, que foi “conduzido e concluído em coordenação com o então parceiro e acionista minoritário italiano Intesa Sanpaolo”.

“Este processo foi iniciado em final de 2014, tendo sido concluído em 2018, após autorização pelos reguladores franceses ACPR (Autorité de Contrôle Prudentiel et de Résolution) e AMF (Autorité des Marchés Financiers), bem como pelo BCE, responsável pela apreciação de idoneidade do comprador, onde se inclui a avaliação de conflito de interesses”, acrescenta.

Além disto, a empresa portuguesa assegura que este ativo “não faz, nem nunca fez parte do mecanismo de capital contingente, pelo que não implicou qualquer custo para o Fundo de Resolução”. A venda puxou pelo rácio de capital do Novo Banco, assegura a instituição, “pelo que foi uma fonte de autofinanciamento das perdas ocorridas nos ativos protegidos pelo” dito fundo do Estado, diz o banco presidido por António Ramalho.

(Notícia atualizada às 9h56 com reação do Novo Banco)

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