Maioria dos trabalhadores da UE tem pouca flexibilidade de horários
A flexibilidade é um assunto na ordem do dia, mas para seis em cada dez trabalhadores da UE, ainda são os empregadores que decidem quando começa e termina o dia de trabalho, revela Eurostat.
Para seis em cada dez trabalhadores da UE — o equivalente a 118 milhões em 194 milhões de trabalhadores –, o início e o fim do horário laboral é definido pelo empregador, pela empresa ou pelo cliente. Só 18% dos trabalhadores afirma ter total autonomia de decisão para decidir quando começa e quando termina o período de trabalho. Contudo, para a maioria dos trabalhadores é fácil dispensar uma ou duas horas de trabalho para assuntos pessoais à última hora, revela o relatório do Eurostat sobre a organização do trabalho e do horário laboral, divulgado esta quarta-feira.
Em Portugal, para 68% dos trabalhadores, o tempo de trabalho é decidido pela empresa, empregador ou cliente, sendo que só 16% tem total flexibilidade sobre o seu tempo de trabalho, revela o relatório.
Empregadores facilitam imprevistos
Apesar de não terem autonomia para decidir o seu horário de trabalho, quase 60% dos trabalhadores da UE afirma que raramente é confrontado com um pedido imprevisto que obrigue a alterar o horário de trabalho. Cerca de 21%, ou seja, cerca de um em cada cinco trabalhadores diz receber pedidos imprevistos pelo menos uma vez por semana, e 19% uma vez por mês.
O relatório aponta ainda que dois em cada três trabalhadores da UE conseguem facilmente tirar uma ou duas horas de folga à última hora. Já 66% considera “muito fácil” ou “relativamente fácil” abdicar de uma ou duas horas de trabalho para tratar de assuntos pessoais ou familiares. Por outro lado, 55% considera que a mesma facilidade se aplica à necessidade de tirar um ou dois dias de folga.
Bulgária, Lituânia e Hungria são os países com menos flexibilidade
Entre os Estados-membros, destacam-se a Suécia, Dinamarca, Holanda e Finlândia, países onde oito em cada dez trabalhadores consideram fácil ou muito fácil abdicar de algumas horas de trabalho para assuntos pessoais, com pouca antecedência de aviso. Por outro lado, não é tarefa fácil para os trabalhadores da Bulgária, Roménia e Eslováquia, que consideram “difícil” ou “muito difícil” fazê-lo.
Para os trabalhadores destes três países, a percentagem de decisão sobre o horário laboral por parte do empregador está acima da média europeia. No caso da Bulgária, em 80% dos casos é o empregador ou a empresa a decidir o tempo de trabalho e em 79% na Lituânia e Hungria. O mesmo acontece no Chipre, Croácia (74%) e na Letónia (73%).
Por outro lado, em países como a Finlândia esta é uma realidade para apenas 30% dos trabalhadores, na Suécia para 35% e, ainda, na Dinamarca, Luxemburgo e Holanda, só 49% dos trabalhadores têm o tempo de trabalho determinado pela empresa ou pela organização.
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