“Árvores urbanas” têm estreia mundial em Lisboa. Produzem oxigénio para 7.000 pessoas por hora

As duas estruturas de madeira batizadas como City Trees e "plantadas" em Lisboa pelo grupo DPD contêm diferentes tipos de musgo que têm como função limpar o ar e produzir oxigénio junto ao Tejo.

Chamam-se City Trees, mas quem olha para as duas estruturas de madeira recentemente instaladas em plena frente ribeirinha, na Ribeira das Naus, à beira Tejo, não diz que são árvores. Muito longe disso, apesar da sombra que oferecem a quem passeia junto ao rio. À primeira vista fazem lembrar instalações artísticas, mas a verdade é que no seu interior se encontram diferentes tipos de musgo que têm como função limpar o ar e produzir oxigénio suficiente para 7.000 pessoas por hora, por cada unidade.

Ou seja, as duas City Trees agora “plantadas” em Lisboa pelo grupo DPD (que escolheu especialmente a capital portuguesa para arrancar com este projeto-piloto de descarbonização urbana) produzem a cada hora que passa oxigénio para 14.000 pessoas. Ao fim de 24 horas a qualidade do ar em redor destas “árvores urbanas” já melhorou e há oxigénio para 336 mil pessoas.

Além do musgo no interior, as duas estruturas de madeira têm integrada uma tecnologia avançada com sensores que permitem recolher informação, de forma exaustiva, sobre o estado dos equipamentos, além de fornecer dados em tempo real sobre o ambiente e a qualidade do ar em redor dos mesmos.

No início de outubro, o grupo DPD — responsável pela entrega diária de 5,3 milhões de encomendas através das suas marcas DPD, Chronopost, SEUR e BRT — anunciou que vai investir 200 milhões de euros até 2025 no compromisso a nível global Driving Change, com o objetivo de reduzir a pegada ambiental das suas operações e garantir “entregas verdes” em 225 cidades europeias (entre as quais Lisboa já em 2021 e o Porto entre 2022 e 2025), em 20 países diferentes, contribuindo assim para uma melhoria da qualidade de vida nos meios urbanos.

Outros objetivos da empresa passam por ter sete mil veículos com emissões reduzidas (elétricos, a gás natural ou bicicletas de carga) até 2025 e chegar a 54% de eletricidade consumida proveniente de fontes renováveis. Das metas fazem parte 3.600 novos pontos de carregamento elétrico e 80 armazéns no perímetro urbano. No total, serão 80 milhões de habitantes que beneficiarão das novas “entregas verdes” e o grupo DPD aponta para uma redução de 89% das suas emissões de carbono nas cidades abrangidas pela iniciativa.

Deste compromisso faz parte o Programa de Diagnóstico da Qualidade do Ar Air Diag desenvolvido em cinco cidades europeias, sendo que também aqui Lisboa foi escolhida para acolher o projeto-piloto. Usando sensores móveis com base em tecnologia laser, toda a frota de 600 veículos de distribuição da DPD Portugal, bem como as lojas da rede Pickup, conseguiram monitorizar os níveis de poluição do ar em tempo real durante vários meses.

Com este programa, quem vive na cidade de Lisboa consegue verificar online a qualidade do do ar “à sua porta” de cada vez que recebe uma encomenda entregue pela DPD.

“Desde junho de 2019, através da nossa frota que circula em Lisboa, conseguimos medir a cada entrega as partículas do ar mais finas e perigosas. Agora queremos intervir numa das zonas com maior circulação da cidade de Lisboa, junto à Avenida da Ribeira das Naus, para melhorar a qualidade do ar. Temos muito gosto em oferecer à cidade de Lisboa estes dois equipamentos totalmente inovadores, as City Trees”, disse Olivier Establet, presidente da DPD Portugal.

Olivier Establet, presidente da DPD Portugal e Miguel Gaspar, vereador da Câmara de Lisboa para as áreas de Mobilidade, Segurança, Economia e Inovação

Os dados obtidos e os resultados do primeiro programa permitiram à Câmara de Lisboa traçar uma zona de emissões reduzidas (ZER) no coração da cidade, inicialmente prevista para arrancar já este verão. A pandemia de Covid-19 trocou as voltas à autarquia e a concretização do projeto foi entretanto adiada por Fernando Medida, presidente da autarquia, para o seu próximo mandato, caso seja reeleito no final de 2021.

Tal como Lisboa, em 2019 Paris e Madrid também acolheram este programa inovador de medição de emissões poluentes, seguindo-se Londres e Roterdão já em 2020. O grupo DPD quer estender a iniciativa a 20 cidades europeias até 2021.

Já Miguel Gaspar, vereador da Câmara de Lisboa para as áreas de Mobilidade, Segurança, Economia e Inovação, afirmou que o novo projeto-piloto City Trees é uma “iniciativa muito útil para a cidade de Lisboa. É um projeto decisivo, uma vez que nos permite obter dados adicionais fundamentais e identificar áreas verdes e pontos críticos da cidade. Graças à colaboração com o grupo DPD, podemos melhorar a qualidade do ar na cidade e, assim, ter um impacto positivo na saúde dos nossos cidadãos”.

Para Olivier Establet, “este é mais um passo na parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, depois do programa Air Diag Lisboa e da assinatura do Pacto de Mobilidade Empresarial e do Compromisso Lisboa Capital Verde Europeia. A nossa colaboração estreita com a CML vai ao encontro da missão de descarbonização da cidade, estando igualmente nos nossos planos tornar a nossa frota “zero emissões” em Lisboa, já no final de 2022”.

Em todo o mundo, o grupo DPD ambiciona reduzir as emissões de CO2 por encomenda em 30% até 2025, por comparação com os níveis de 2013.

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