KPMG auditou fundo das Maurícias implicado em atividades suspeitas da Wirecard
A KPMG, que este ano revelou que a concorrente EY não conseguiu conter a fraude do Wirecard, também foi auditora de um veículo suspeito que pode ter sido usado para desviar fundos do grupo germânico.
A KPMG, que este ano revelou que a rival EY perdeu a oportunidade de impedir a fraude da Wirecard, era ela própria a auditora de um veículo suspeito que os investigadores acreditam ter sido usado para desviar fundos do grupo de pagamentos alemão, avança o Financial Times.
Numa auditoria especial na Wirecard, que precipitou o colapso da fintech germânica, a KPMG escreveu uma adenda em que criticava a EY por esta não ter feito o acompanhamento adequado das alegações de fraude contabilística de 2016.
Entre as alegações estava a de que a “administração sénior da Wirecard” secretamente detinha participações num fundo sedeado nas Maurícias que vendeu três empresas indianas à Wirecard, por 340 milhões de euros, semanas depois de as comprar por uma fração desse valor. Os responsáveis da Wirecard foram ainda acusados de inflacionar artificialmente o lucro operacional das empresas indianas, visando aumentar o preço de aquisição.
A KPMG concluiu que uma investigação subsequente da EY sobre as alegações estava “incompleta” e que existiam evidências “que deveriam ter sido investigadas de forma conclusiva”. No entanto, segundo explica o jornal britânico, não constava do relatório da KPMG qualquer reconhecimento de que o auditor do fundo das Maurícias, denominado Emerging Market Investment Fund 1A, era a própria KPMG.
Segundo as informações recolhidas pelo Financial Times, além de auditar o fundo, a KPMG também desempenhou o papel de consultor no negócio suspeito e um dos sócios da consultora envolvidos passou a trabalhar para o fundo das Maurícias.
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