CP assinou contrato para compra de 22 novos comboios por 158 milhões
O contrato, fechado com a Stadler, foi assinado depois de o tribunal ter levantado o efeito suspensivo de um processo que impugnava o concurso.
A CP – Comboios de Portugal celebrou esta quarta-feira um contrato para a compra de 22 comboios por um total de 158 milhões de euros, depois de o tribunal ter levantado o efeito suspensivo de um processo que impugnava o concurso.
Em comunicado, a operadora indicou que “celebrou esta quarta-feira o contrato para a aquisição de 22 novos comboios, do modelo FLIRT, à Stadler, num investimento da ordem dos 158 milhões de euros”. Esta adjudicação resultou “do concurso público internacional para a compra de material circulante, que a CP lançou em 2019” no âmbito do qual a proposta dos suíços da Stadler “se qualificou como a mais favorável, nomeadamente, nos critérios de preço e qualidade técnica”, lê-se na mesma nota.
A transportadora recordou que “o contrato inclui o fornecimento de 12 Unidades Automotoras Bimodo e dez Unidades Automotoras Elétricas e respetivas peças, bem como a prestação de serviços de manutenção, preventiva e corretiva, por um período mínimo de três anos, acompanhada de serviços de formação”. A CP prevê que a entrega da primeira unidade aconteça no final de 2024, sendo que o processo ainda terá de passar pelo Tribunal de Contas.
A 8 de outubro, o Público noticiou que o Tribunal Administrativo de Lisboa tinha levantado o efeito suspensivo da ação de impugnação do concorrente perdedor CAF, o que permitia avançar com o concurso.
De acordo com o processo, que a Lusa consultou, a espanhola CAF, que viu a sua proposta ser excluída por falta de um documento, garantiu que os suíços da Stadler não apresentaram todos os documentos pedidos para o concurso e que os preços em certos itens não estavam corretamente especificados na candidatura. A CAF apontou a falta de uma “memória descritiva das unidades automotoras” e outras especificações importantes.
A empresa espanhola referiu mesmo que a Stalder “admite o incumprimento” referindo que forneceria estes dados posteriormente. De acordo com a CAF, a Stadler não deu também informações suficientes acerca de um componente da sua proposta, que especifica peças exigidas pelo concurso e que globalmente estão avaliadas em mais de 3,3 milhões de euros, um valor que “não é real”, segundo a CAF, porque não foi apresentada informação que o sustente.
O Governo autorizou em outubro do ano passado a CP a gastar 168,2 milhões de euros em 22 novos comboios, segundo uma resolução do Conselho de Ministros publicada em Diário da República. A empresa recebeu cinco candidaturas, sendo que, além da CAF e da Stadler, também entregaram propostas iniciais a Talgo, Alstom e Siemens. Numa fase posterior, ficaram apenas CAF, Talgo e Stadler em negociações avançadas.
No mesmo comunicado, a CP garantiu que “este reforço do parque de material circulante permitirá incrementar a capacidade de resposta da CP às necessidades de mobilidade das populações, nomeadamente nos serviços regionais, assegurando a transição para a eletrificação plena da infraestrutura ferroviária”.
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