Agravamento da pandemia pressiona Wall Street
Os investidores estão preocupados com o agravamento da pandemia e o entusiamos em torno da vacina dissipou-se. Wall Street está de volta às perdas.
O agravamento da crise pandémica e o desvanecimento da euforia dos últimos dias em torno dos avanços na vacina contra a Covid-19 estão a retirar alento aos investidores, esta quinta-feira. Wall Street arrancou, assim, a penúltima sessão da semana com o S&P 500 e o Dow Jones a negociar abaixo da linha de água. O tecnológico Nasdaq escapa às perdas.
O índice de referência, o S&P 500, cai 0,28% para 3.562,67 pontos, tal como o Dow Jones, que desvaloriza 0,56% para 29.231,91 pontos. Já o índice tecnológico Nasdaq está a conseguir manter-se acima da linha de água, subindo 0,14% para 11.802,5 pontos.
A semana tinha começado com os investidores animados face à vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos e ao anúncio de que a vacina que está a ser desenvolvida pela Pfizer tem 90% de eficácia contra Covid-19, mas entretanto os desafios que estão a ser colocados pelo presidente em funções Donald Trump ao democrata eleito para a Casa Branca e a nota de que ainda levará algum tempo até que a vacinação cubra uma parte significativa da população retiraram alento às negociações. O entusiasmo que deu ganhos no início da semana dissipou-se.
A pressionar os mercados está ainda a escalada do número de novas infeções por Covid-19, que ultrapassaram a fasquia dos 100 mil novos casos diários pelo oitavo dia consecutivo nos Estados Unidos.
Este cenário está a prejudicar especialmente as cotadas ligadas às viagens e ao turismo. As ações da Boeing, por exemplo, recuam 0,83% para 180,02 dólares, as da United Airlines Holdings Inc perdem 1,19% para 38,05 dólares e as da Royal Caribbean Cruises Ltd recuam 2,88% para 68,89 dólares.
“Os mercados parecem estar a expressar preocupação com algumas das tendências da Covid-19 a curto prazo“, explica o analista Yousef Abbasi, citado pela Reuters.
Também esta quinta-feira foi anunciado que as inscrições semanais para o subsídio de desemprego nos Estados Unidos baixaram para 709 mil, um mínimo de sete meses. Ainda assim, o ritmo de recuperação desacelerou, o que também está a preocupar os investidores.
Por outro lado, as cotadas tecnológicas — que estiveram entre as que mais beneficiaram do boom do teletrabalho forçado pela pandemia e que, portanto, estiveram também entre as que registaram maiores perdas com o anúncio dos avanços na vacina — estão agora a recuperar, ainda que os ganhos sejam modestos esta quinta-feira.
No arranque da penúltima sessão da semana, os títulos do Zoom avançam 4,19% para 430,65 dólares, os da Amazon sobem 0,21% para 3.144,07 dólares e os do Facebook valorizam 0,31% para 277,35 dólares.
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