Em menos de um mês, SNS 24 mandou fazer 150 mil testes à Covid-19

Até momento, o SNS 24 atendeu mais de 3 milhões de chamadas e passou mais de 100 mil declarações provisórias de isolamento profilático. Em menos de um mês, prescreveu quase 150 mil testes à Covid.

Desde que a pandemia chegou a Portugal, a 2 de março, a linha SNS 24 tem vindo a adquirir uma série de valências, com o intuito de diminuir a pressão sobre o Sistema Nacional de Saúde (SNS). Se anteriormente funcionava sobretudo como uma linha de atendimento para triagem, aconselhamento e encaminhamento de doentes agudos não urgentes, agora concentra a maioria das atenções para travar a propagação do vírus SARS-CoV-2, a doença que provoca a Covid-19. Até ao momento, atendeu mais de três milhões de chamadas e passou mais de 100 mil declarações provisórias de isolamento profilático. Em menos de um mês, prescreveu quase 150 mil testes à Covid.

Há cerca de duas semanas, o SNS 24 adquiriu uma nova funcionalidade, passando também a emitir declarações provisórias de isolamento profilático por causa da Covid-19, sempre que se verifique uma situação de risco, o que permite acelerar esse processo. “À data de 16 de novembro, foram atribuídas 110.000 declarações provisórias“, esclareceram os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), em resposta colocada pelo ECO, já depois de os dados terem sido avançados pela diretora-geral da Saúde na conferência de imprensa desta segunda-feira.

Estas declarações funcionam por um período de 14 dias e são destinadas às pessoas que contactaram com indivíduos infetados pelo novo coronavírus, permitindo justificar faltas ao trabalho. Neste contexto, em função do contacto para a linha e da avaliação clínica do risco feita pelos profissionais de saúde é enviado um código ao utente por SMS ou e-mail que permite aceder a uma declaração provisória de isolamento profilático, sendo que posteriormente cada utente deverá ser contactado pelo delegado de saúde da área de residência.

Contudo, para efeitos de baixa médica é preciso o doente provar que não pode estar em casa em regime de teletrabalho. Isto significa que quando o exercício da atividade profissional do utente for “impossível” de fazer em isolamento, em casa, então é preciso um comprovativo da empresa nesse sentido. “Essa impossibilidade terá de ser demonstrada pela entidade patronal, sendo que essa prova não tem de ser feita perante o SNS 24, como é evidente, mas perante a Segurança Social”, explicou Luís Goes Pinheiro, presidente dos SPMS, aquando do anúncio.

A ideia é aliviar o sistema de saúde, evitando que os utentes se desloquem aos centros de saúde ou ao médico de saúde pública da área de residência. Esta nova funcionalidade arrancou a 4 de novembro, sendo, por isso, uma das últimas novidades desta linha de atendimento. Mas não a única. Em finais de outubro, a ministra da Saúde anunciou que o modelo de requisição de testes de diagnóstico à Covid-19 através da linha de saúde 24 voltou a funcionar, à semelhança do que aconteceu em março e abril. “Não é uma prescrição aleatória, é uma prescrição que é feita baseada e tomada de acordo com um algoritmo previamente validado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e aplicado estritamente nos termos que está desenhado pelo profissional na linha de saúde 24″, referiu Marta Temido, a 24 de outubro.

Assim, em pouco menos de um mês, “de outubro até ao dia 15 de novembro, foram prescritos 145.472 testes“. adiantaram os SPMS, ao ECO, acrescentando que o objetivo passa por “reduzir o risco de disseminação da infeção relacionada com as deslocações dos utentes às unidades de saúde”.

Esta funcionalidade já tinha sido utilizada nos meses mais “negros” da primeira vaga, isto é, em março e abril, ainda assim foi abolida, com o intuito de “aumentar a acuidade diagnóstica do teste laboratorial”, explicou a DGS aquando da revisão da norma. Segundo o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar estavam a existir demasiados resultados negativos com a prescrição feita através da Linha SNS 24. Ganhamos acuidade neste processo pois estávamos com 15% de testes positivos e 85% de testes negativos”, afirmou, à data, Rui Nogueira, à TSF (acesso livre).

Três milhões de chamadas atendidas

Mas o atendimento de chamadas para rastreio de infetados é de longe a maior funcionalidade do SNS 24. Tanto que no início de março, houve relatos de falhas e interferências na linha, já que o sistema não estava preparado para tanta afluência de chamadas. Nesse sentido, o Executivo avançou na altura com o reforço dos recursos humanos, sobretudo de enfermeiros, tendo ainda estas chamadas passado a ser gratuitas durante “todo o período de exceção que é este período de pandemia”, explicou a antiga secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, que foi posteriormente exonerada, na sequência de uma revisão governamental.

E se março o foi o mês com mais atendimentos, “com 381 mil chamadas, seguindo-se setembro com mais de 306 mil chamadas atendidas”, segundo revelaram os SPMS ao Público (acesso pago), a verdade é que os números não páram de crescer: Ente o início de março e até este domingo, 15 de novembro, “a linha SNS 24 já atendeu 3.029.739 chamadas”, sendo que durante este período ” o dia que registou maior volume de atendimentos foi a 5 de novembro, com 38.577 chamadas atendidas”, adiantou ao ECO o organismo, superando o anterior recorde de 23.373 chamadas atendidas, registado a 19 de outubro.

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