Mário Ferreira diz que desistência da Cofina “podia ter tornado a Media Capital insolvente”

Depois de a Cofina se ter mostrado "disponível" para participar numa solução para a Media Capital, Mário Ferreira acusa a dona do Correio da Manhã de ter deixado o grupo em risco de insolvência.

A Cofina “continua disponível” para fazer parte de uma solução de viabilidade para a Media Capital, depois de o empresário Mário Ferreira ter dito, na terça-feira, que não há “plano B” para a empresa. Em reação, o maior acionista do grupo acusa a Cofina de deixar a dona da TVI em risco de insolvência após o negócio que falhou no início do ano.

“Sejamos claros: foi a nossa decisão de investir que salvou e deu viabilidade à empresa. Quem torpedeou gravemente a Media Capital foi quem, desistindo do negócio anterior, podia ter tornado a empresa insolvente”, diz ao ECO o empresário, quando questionado porque considera que a Cofina não é plano B para a Media Capital, tendo em conta que a própria dona do Correio da Manhã se mostra disponível para participar numa solução. (Mário Ferreira também é acionista do ECO.)

Na terça-feira, o empresário foi eleito presidente do Conselho de Administração da Media Capital, apesar dos apelos da ERC para que a assembleia-geral não se realizasse, por considerar existir “falta de transparência” nas participações. Numa conferência de imprensa, Mário Ferreira sugeriu que o grupo estava ao abandono desde a tentativa de compra falhada da Cofina, na qual também participou. Disse mesmo não haver plano B para a dona da TVI, alertando que, ao travar os novos acionistas do grupo, a decisão da ERC poderia “pôr em causa mais de 1.100” empregos.

Esta quarta-feira, no rescaldo da assembleia-geral, fonte oficial da Cofina recordou à Lusa que tem em curso uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre uma posição minoritária da Media Capital e apontou: “A Cofina, enquanto oferente na oferta pública de aquisição em curso, continua disponível para fazer parte de uma solução de viabilidade e crescimento para o grupo Media Capital, no respeito pela lei e pelo Estado de Direito democrático.

Fonte oficial da Cofina sublinhou ainda que “a fragilidade da situação atual do grupo Media Capital e os fatores que para ela contribuem encontram-se aprofundadamente descritos na decisão da CMVM e na deliberação da ERC, a quem caberá, eventualmente em conjunto com outros reguladores, e com os tribunais, valorar e extrair as devidas consequências das condutas em causa”. No caso da CMVM, está em causa a decisão que considerou existir concertação entre a Pluris de Mário Ferreira e a Prisa.

A resposta de Mário Ferreira não se fez esperar. “Perante a inconsistência e o desfasamento da realidade desse comunicado, posso dizer que somos proativos e abertos com todos os reguladores, respeitando sempre a lei. Ou seja, respeitar a lei quer dizer, também, proteger a liberdade de expressão, o pluralismo e a ética e deontologia do jornalismo, que é, aliás, um dos papéis da ERC. Nunca utilizámos qualquer meio de comunicação social para atacar terceiros neste processo e, muito menos, com ataques à vida pessoal.”

A Cofina tem em curso uma OPA sobre 5,31% da Media Capital, mas que pode ser alargada à totalidade das ações se forem cumpridas certas condições. Na semana passada, a CMVM obrigou Mário Ferreira a apresentar uma OPA sobre os 69,78% da Media Capital que ainda não detém, a um preço que terá de ser pelo menos 2% superior ao que for fixado pelo auditor independente para a OPA da Cofina. A Pluris de Mário Ferreira tem de anunciar a OPA até ao final desta quarta-feira.

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