Fusões e aquisições em Portugal atingem máximo de 2014

Apesar dos avanços e recuos, o país revela melhores desempenhos em valor do que muitos dos outros países europeus. O maior negócio do ano em Portugal até à data foi a venda da Brisa.

Com as empresas a tentarem cortar custos devido à pandemia, os negócios de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) estão a acelerar por toda a Europa. Em Portugal, o crescimento é ainda mais acelerado que nos restantes países e o valor atingiu já máximos de 2014, de acordo com o relatório Portugal Trend Report 2020 da MergerMarket em parceria com a sociedade de advogados Cuatrecasas e a Marsh.

O valor anual das operações de M&A em Portugal atingiu 8,8 mil milhões de euros (em 60 transações), o que representa o valor mais elevado em seis anos e uma subida de 211% face ao período homólogo. O ano de 2020 não está, no entanto, a ser linear já que os negócios no país têm sido fortemente influenciados pela pandemia, em linha com a tendência global.

O relatório indica que Portugal enfrentou dificuldades geradas pela pandemia de coronavírus, com as empresas a suspenderem gastos de larga escala e as restrições às viagens a complicarem a logística das negociações.

“Este ano Portugal passou por um período de suspensão da atividade de M&A, devido ao espoletar da pandemia de coronavírus e às subsequentes restrições que puseram alguns investimentos em pausa. Com o aumento de casos de infeção em toda a Europa, é provável que as novas restrições voltem a limitar a atividade de M&A nas últimas semanas de 2020 e no arranque do próximo ano. No entanto, o mercado pode estar prudentemente otimista de que o M&A vai retomar os níveis pré-Covidna sequência do desenvolvimento de vacinas“, aponta Jonathan Klonowski, research editor EMEA da Mergermarket.

Fonte: relatório Portugal Trend Report 2020

Apesar dos avanços e recuos, o país revela melhores desempenhos em valor do que muitos dos outros países europeus. O maior negócio do ano em Portugal até à data foi a venda da Brisa pelo Grupo José de Mello e pelo fundo Arcus a um consórcio formado por investidores holandeses, sul coreanos e suíços.

O investimento estrangeiro em Portugal durante 2020 mostrou sinais contraditórios. Embora tenham ocorrido diversas operações de alto perfil, o número total baixou. Os investidores estrangeiros anunciaram 30 operações desde o início do ano até ao final de novembro, o que é abaixo das 53 anunciadas em 2019. Apesar disso, a soma dos valores transacionados atingiu o 6.900 milhões de euros.

Já a atividade de private equity em Portugal caiu significativamente em 2020, após um ano recorde em 2019. Até agora, tiveram lugar apenas oito buyouts no valor combinado de 1.200 milhões de euros.

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