Banco de Fomento saiu do papel, mas um mês depois não passa de um site
Grande parte das equipas ainda não sabe as funções que deve desempenhar no BPF. Departamentos financeiro e de tecnologia de informação são dos poucos que trabalham a todo o vapor.
“Contribuir para um Portugal competitivo, inspirados num futuro mais inovador e sustentável.” Esta é a visão do Banco Português de Fomento. A instituição, que levou anos a sair do papel, já existe legalmente há um mês, mas pouco mais é do que um site.
As linhas de crédito para a indústria exportadora e para as empresas de apoio a eventos, anunciadas no início de novembro, pelo ministro da Economia, vão ser operacionalizadas através do Banco Português de Fomento, mas ainda não há data para o seu lançamento. O ECO sabe que grande parte das equipas ainda não está ciente das funções que deve desempenhar na instituição e que os departamentos financeiro e de tecnologia de informação são dos poucos que trabalham presentemente a todo o vapor.
Mesmo depois da fusão da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) e da PME Investimentos na SPGM, as operações iniciadas por estas três instituições continuam a decorrer e os pagamentos a serem assegurados. Já a área de IT, tal como o ECO avançou, tem toda uma plataforma a desenvolver para que os clientes do Banco Português de Fomento possam apresentar candidaturas de forma ágil, simples e autónoma. Mas há muitas outras funcionalidades que a plataforma pretende oferecer.
Desde o seu “nascimento” oficial, a 3 de novembro, pouco ou nada mudou. A nova instituição, que visa apoiar empresas em dificuldades, colmatando as falhas de mercado, continua sem estrutura definida e sem uma nova gestão. De acordo com o diploma que definia as regras do BPF, a administração da SPGM vai manter-se em funções até que seja escolhida a nova equipa de gestão.
São vários os nomes que têm vindo a público como possibilidades para liderar o Banco Português de Fomento. O ex-secretário de Estado e adjunto do ministro das Infraestruturas, Alberto Souto Miranda, que terá abandonado o Governo para ocupar um cargo no novo Banco Português de Fomento, ou ainda José António Barros, antigo presidente da AEP, e o antigo ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos. Nomes falados, mas nunca confirmados oficialmente. O silêncio do Executivo sobre esta matéria é total, mas o ECO confirmou junto da Cresap que o Governo não pediu que fossem avaliadas as competências de qualquer nome para vir a desempenhar o cargo, de CEO do banco, que estará sujeito às regras do gestor público. Um nome que tem de ter também o aval do Banco de Portugal. O ECO sabe que o Executivo tem feito convites, mas as respostas não têm sido positivas.
O ministro da Economia anunciou aos quadros dirigentes das três instituições que se vão fundir, numa reunião em outubro, que o dia 3 de novembro seria um dia como todos os outros, porque não havia uma nova estrutura montada, nem uma nova administração para entrar em funções. Mas, um mês depois a situação não mudou.
O processo de fusão das esquipas está a ser conduzido pela Mercer, enquanto a definição da estrutura propriamente dita do banco está nas mãos da Oliver Wyman. Já a Globaz foi contratada para fazer o “estudo, definição de estratégia, design, desenvolvimento criativo e gráfico tendentes à conceção de um novo logótipo, identidade visual e branding” do BPF. O portal do BPF está a ser desenvolvida pela Unipartner It Services, a Franca Arquitetura foi o atelier escolhido fazer a remodelação das instalações da SPGM, mas as obras ainda não começaram. E, a comunicação está a cargo da Cunha Vaz e a assessoria e consultoria jurídica de Pedro Acácio Cruz e Silva.
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