Bruno Ferreira, co-managing partner da PLMJ, destaca que 2021 será um ano em que os países receberão fundos "expressivos" para apoiar o relançamento das suas economias.
Com o início de um ano a aproximar-se, Bruno Ferreira, co-managing partner da PLMJ, considera que as perspetivas de retoma em 2021 são ainda tímidas e afetam alguns dos setores. Ainda assim, destaca que será um ano em que os países receberão fundos “expressivos” para apoiar o relançamento das suas economias.
Bruno Ferreira acredita que a retoma portuguesa depende de sermos capazes de reter e atrair mais investimento estrangeiro. À Advocatus, o managing partner antecipou que no próximo ano será um ano em que iremos assistir a mais consolidações de empresas.
Que setores, tendo em conta o contexto atual, podem ter mais movimento em 2021?
As perspetivas de retoma em 2021 são ainda tímidas e afetam alguns dos setores que, até ao início da pandemia, era os mais pujantes em termos do tecido empresarial nacional, como é o caso do turismo. Em contextos económicos adversos, sabemos que as operações de reestruturação nas suas várias vertentes – financeira, laboral, operacional – serão áreas especialmente ativas. Mas será também um ano em que os países receberão fundos expressivos para apoiar o relançamento das suas economias. A montagem de operações de capitalização será uma área particularmente ativa e, aqui destacaríamos alguns setores estratégicos, como a banca e a energia.
Que tipo de operações podem vir a acontecer?
Será um ano em que assistiremos a mais consolidações de empresas como forma de fazer face à difícil situação em que se encontram, bem como venda de ativos não core ou menos rentáveis. Neste sentido, a atividade de venda de NPLs e gestão de reestruturações e insolvências, são algumas das operações que vão, seguramente, marcar o ano e, porventura, também 2022.
Portugal continua a ser apetecível para os investidores?
Numa perspetiva de competitividade portuguesa enquadrada na geografia europeia, continuamos a beneficiar de fatores muito positivos. Antes da pandemia, e num contexto em que as perspetivas para a economia europeia começavam já a deteriorar-se, Portugal dava sinais de maior resiliência, com os investidores a apontarem um conjunto de razões para manterem as suas intenções de investimento e que vamos vendo repetidas nos estudos que se vão fazendo sobre este tema. Essas razões mantêm-se hoje: a qualidade de vida, a estabilidade do clima social, a infraestrutura de telecomunicações, o nível de competência da nossa mão-de-obra. Dito isto, a retoma portuguesa depende de sermos capazes de reter e atrair mais investimento estrangeiro e as nossas respostas sobre estabilidade de contratos entre o setor privado e o Estado, estabilidade do sistema fiscal e criação de pacotes de incentivos ao investimento, que incorporem uma vertente fiscal mas vão mais longe, são essenciais.
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“Teremos mais consolidações de empresas”, diz Bruno Ferreira
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