Portugal parou em novembro a recuperação que registava desde maio
O Instituto Nacional de Estatística (INE) antecipa um agravamento da redução da atividade económica em novembro com a introdução de mais restrições para controlar a pandemia.
A atividade económica em Portugal parou em novembro a recuperação que se registava desde maio, após o primeiro choque intenso da crise pandémica. Com a reintrodução de restrições para controlar a pandemia, a economia portuguesa interrompeu a retoma em novembro, mas em setembro e outubro o ritmo já tinha sido mais lento.
“Em Portugal, não considerando médias móveis de três meses, a informação disponível para novembro revela uma interrupção da recuperação parcial da atividade económica observada desde maio, com um ritmo mais lento em setembro e outubro”, escreve o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta segunda-feira na síntese económica de conjuntura. Esta interrupção da retoma já era esperada, sendo agora confirmada pelos indicadores de curto prazo.
Tanto o indicador de confiança dos consumidores como o de clima económico diminuíram em novembro. “Os indicadores de confiança diminuíram em todos os setores, Construção e Obras Públicas, Comércio, Serviços e Indústria Transformadora, verificando-se a redução com maior magnitude no primeiro caso”, assinala o gabinete de estatísticas.
Há dados micro da economia que ilustram esta interrupção da recuperação económica em Portugal. Os levantamentos e pagamentos através do multibanco diminuíram 11,8% em novembro, em termos homólogos, e 6,3% face a outubro. Além disso, as vendas de veículos automóveis baixaram 27,9% em termos homólogos, agravando a queda registada em outubro (-12,6%). Mais: o consumo médio de eletricidade em dia útil registou uma variação homóloga de -3,8% em novembro, o que compara com taxas de -1,7% e -1,6% setembro e outubro, respetivamente.
Em novembro, os consumidores mostram-se mais pessimistas (face a outubro) relativamente às expectativas para os próximos doze meses, nomeadamente sobre a evolução futura da economia portuguesa, da situação financeira do agregado e da realização de compras importantes. Pelo contrário, a evolução passada da situação financeira do agregado deu um contributo positivo.
Na Zona Euro, o indicador de sentimento económico também diminuiu “significativamente” em novembro, segundo o INE, por causa da “deterioração da confiança no comércio a retalho e dos serviços, assim como da diminuição do indicador de confiança dos consumidores”. Na construção e na indústria, os indicadores de confiança também diminuíram, mas de forma mais moderada em comparação com os restantes setores”, explica o gabinete de estatísticas.
A maior parte dos economistas e das instituições antecipa uma contração do PIB em cadeia no quarto trimestre deste ano por causa das restrições relativas à segunda vaga, interrompendo de facto a recuperação económica que se registou no terceiro trimestre. De acordo com os cálculos do ECO, o PIB só pode cair 3,4% (em cadeia) no quarto trimestre para que a previsão do Governo seja alcançada.
(Notícia atualizada às 11h33 com mais informação)
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