Um milhão de portugueses ainda não recicla por falta de hábito ou ecopontos ao pé de casa

Apenas 37,2% dos inquiridos acreditam que a solução são penalizações para os cidadãos que não fazem separação de resíduos, refere o relatório “Radar da Reciclagem” realizado pela Marktest para a SPV.

Nove em cada dez portugueses já reciclam as suas embalagens, revela um inquérito realizado em novembro de 2020 pela Marktest em colaboração com a Sociedade Ponto Verde. Um comportamento justificado pela forte consciência ambiental (79,1%), o civismo (72,2%) e o reaproveitamento dos resíduos em novos produtos (54,4%).

Em casa é o local onde é mais habitual os portugueses separarem embalagens para a reciclagem (95,5%), mas mais de metade também já faz separação fora de casa, no trabalho ou escola.

Já quem ainda não separa o lixo nem o encaminha para reciclagem (cerca de um milhão de portugueses) diz que o faz por falta de hábito (48,2%) ou por não ter um ecoponto perto de casa (42,8%). A falta de espaço em casa e não acreditar que os resíduos são efetivamente reciclados são também dois dos fatores mais referidos (27% e 26,3% respetivamente).

Apenas 37,2% dos inquiridos acreditam que a solução são penalizações para os cidadãos que não fazem separação de resíduos, refere o relatório “Radar da Reciclagem”.

O inquérito mostrou ainda que 89% dos inquiridos estão hoje mais preocupados com os problemas ambientais do que há dez anos e consideram que os gestos que mais podem contribuir para a proteção ambiental são a separação de embalagens para reciclagem, reutilização e reaproveitamento de tudo o que é possível, redução do consumo de água, não-utilização de produtos descartáveis e levar o próprio saco quando se vai às compras.

“Num registo totalmente espontâneo, os portugueses identificaram três grandes problemas ambientais que os preocupam: poluição, proteção marinha e aquecimento global, sendo a reciclagem de resíduos considerada por 2/3 dos portugueses como o maior contributo para um ambiente melhor”, segundo os autores do estudo.

Por outro lado, reduzir o consumo de plástico é um comportamento diferenciador entre gerações, sendo referido por 25% da geração Z (os mais novos, nascidos entre 1999 e 2005), mas por apenas apenas 8% da geração Baby Boomers (nascidos entre 1955 e 1962).

Para a geração Z, o aquecimento global é o problema mais referido e é esta a geração que mais refere a desflorestação. No caso dos Baby Boomers, destaque para o elevado número de referências à poluição atmosférica, comparativamente às restantes gerações.

Com este estudo, a Sociedade Ponto Verde (SPV) procurou conhecer os problemas ambientais que mais preocupam os portugueses, os comportamentos adotados para um ambiente melhor e, neste enquadramento, a sua posição face à reciclagem

Na realização do inquérito foram feitas 1.004 entrevistas a residentes em Portugal continental com idades entre os 15 e os 64 anos entre 6 e 17 de novembro.

No relatório é apresentada uma segmentação geracional, considerando as seguintes gerações: Geração Z (nascidos entre 1999 e 2005 – 15-21 anos); Geração Y (“Millennials” – nascidos entre 1984 e 1998 – 22-36 anos; Geração X (nascidos entre 1963 e 1983 – 37-57 anos); Geração Baby Boomers (nascidos entre 1955 e 1962 – 58-65 anos).

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