Leão admite ficar com mais capital da TAP com a conversão do empréstimo de 1.200 milhões. Abre porta a parceiros

Em entrevista à Reuters, o ministro das Finanças João Leão disse estar confiante que Bruxelas irá aprovar a proposta de plano de reestruturação, enviada por Portugal, ainda no primeiro trimestre.

O empréstimo de 1,2 mil milhões de euros do Estado à TAP deverá ser, em grande parte, convertido em capital. A possibilidade sempre esteve em cima da mesa, caso a companhia aérea não devolvesse o dinheiro, mas o ministro das Finanças João Leão diz agora, em entrevista à Reuters, que é esse o cenário esperado.

Esse primeiro cheque era uma ajuda de urgência para fazer face às necessidades da empresa em 2020, ano em que foi fortemente penalizada pela pandemia. Estava, no entanto, condicionado a uma reestruturação, cujo plano tem de ser aprovado pela Comissão Europeia. A proposta foi enviada no último dia do prazo e as negociações entre autoridades portuguesas e europeias já arrancaram.

“Esperamos que no primeiro trimestre o plano seja aprovado”, diz o ministro das Finanças, à Reuters. João Leão explica que “uma possibilidade” seria transformar todo o empréstimo em ações, o que levaria a posição pública para cerca de 90%, sendo atualmente de 72,5%. Estamos a propor que grande parte desse empréstimo [1.200 milhões de euros] seja convertido de empréstimo em capital, para que os indicadores financeiros da empresa melhorem“.

Além deste dinheiro, a companhia aérea vai precisar de uma injeção de mais cerca de 2 mil milhões de euros. O documento que Portugal enviou para Bruxelas não é público, mas o Governo divulgou as linhas gerais e sabe-se que o plano de reestruturação irá implicar a redução de cerca de 3.000 trabalhadores (entre efetivos e contratos a prazo), cortes salariais até 25%, a redução da frota e reorganização das rotas. “A principal preocupação do plano é tornar a empresa sustentável“, disse João Leão à Reuters.

O ministro sublinha, no entanto, que “as medidas de apoio do governo são limitadas no tempo“, sublinhando que o objetivo é que a TAP volte a financiar-se nos mercados. “É importante que a empresa viva por si própria (…) para que o mais rápido possível, se possível a partir do próximo ano ou mais tarde, a empresa deixe de ter de ser financiada pelo Estado.”

Questionado pela Reuters sobre a possibilidade de uma aliança com outro transportador aéreo, Leão respondeu que “pode ​​ser interessante ter outro player para também ajudar a TAP a garantir que a empresa se torne competitiva e lucrativa“. O Expresso já tinha avançado que o Governo comunicou informalmente à Comissão Europeia disponibilidade para que a Lufthansa se torne acionista da companhia aérea nacional, no âmbito do plano de restruturação.

(Notícia atualizada às 11h50)

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