Portugal estreia-se no mercado de dívida com emissão até 1.250 milhões a 9 e 14 anos

O IGCP anunciou um leilão duplo de obrigações do Tesouro na próxima quarta-feira. É a primeira operação deste ano e, ao contrário do que tem sido acontecido, não haverá uma venda sindicada.

Portugal vai estrear-se no mercado de dívida em 2021 já na próxima semana. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP anunciou que vai realizar um leilão duplo de obrigações do Tesouro (OT) a nove e 14 anos, no qual pretende financiar-se até 1.250 milhões de euros.

“O IGCP, E.P.E. vai realizar no próximo dia 13 de janeiro pelas 10h30 dois leilões das OT com maturidade em 18 de outubro de 2030 e 12 de outubro de 2035, com um montante indicativo global entre 1.000 milhões de euros e 1.250 milhões de euros“, diz em comunicado a agência liderada por Cristina Casalinho.

Esta será a primeira emissão de dívida de Portugal este ano, sendo que desta vez o IGCP escolheu fazer um leilão, em vez de uma venda sindicada. Nos últimos anos, a agência preferia começar o ano com uma operação maior conduzida por um sindicato bancário. A mudança poderá estar relacionada com o facto de o país ir receber um grande montante de dinheiro vindo da Europa.

O Estado terá necessidades de financiamento líquidas de cerca de 14 mil milhões de euros em 2021, de acordo com o programa de financiamento divulgado esta quinta-feira. Para lhes dar resposta, o IGCP conta com 2,9 mil milhões de euros vindos da União Europeia, que corresponde ao valor do empréstimo da Comissão Europeia a Portugal através do SURE para 2021.

Irá igualmente tirar 6,7 mil milhões de euros que estão nos depósitos do Estado e recorrer a colocações de nova dívida. A emissão bruta de obrigações do Tesouro é estimada em 15 mil milhões de euros, mas este dinheiro irá servir não só para contribuir para as necessidades de financiamento do Estado como para reembolsar os investidores que têm títulos que atingem as maturidades em 2021: há 8.727 milhões de euros a devolver neste ano.

A estreia acontece numa altura em que o país tem beneficiado de baixas taxas de juro, no mercado secundário. As obrigações benchmark, ou seja a 10 anos, negoceiam esta sexta-feira em terreno negativo pela primeira vez em quase um mês, a tocar -0,024%.

O IGCP emitiu OT da linha que atinge a maturidade em 2030, em setembro de 2020, tendo colocado 964 milhões de euros com um juro de 0,329% e uma procura 2,19 vezes superior à oferta. Já em relação à última vez que Portugal se financiou a 14 anos foi em fevereiro do ano passado, quando emitiu 663 milhões de euros, tendo alcançado uma taxa de juro de 0,555% e uma procura 1,49 vezes superior à oferta.

(Notícia atualizada às 13h30)

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