Aposta da Galp no lítio é estratégica “para Portugal e Espanha manterem relevância da indústria automóvel”, diz Galamba

Ao ECO/Capital Verde, o secretário de Estado da Energia, João Galamba, disse que "obviamente que é positiva" a notícia recente de que a Galp vai adquirir 10% da mina de lítio do Barroso, em Boticas.

Depois de já ter a assegurada a presença da Galp a bordo do mega consórcio para o hidrogénio em Sines, juntamente com a EDP, a REN e outras empresas, o Governo mostra-se agora satisfeito com a ambição da petrolífera portuguesa em apostar na cadeia de valor das baterias de lítio (da extração à refinação), outras das grandes bandeiras do Governo no que diz respeito à transição energética.

Ao ECO/Capital Verde, o secretário de Estado da Energia, João Galamba, disse que “obviamente que é positiva” a notícia recente de que a Galp vai adquirir à empresa de exploração mineira Savannah Resources 10% da mina do Barroso, em Boticas, e ficar com 50% da sua produção anual de lítio, cerca de 100 mil toneladas.

“É bom ver empresas industriais portuguesas a apostar em cadeias de valor estratégicas nas quais a Comissão Europeia e outros países europeus também querem apostar. Se Portugal e Espanha querem manter a relevância da indústria automóvel na Península Ibérica, projetos desta natureza, que olham para a cadeia de valor das baterias em articulação com a indústria automóvel, são fundamentais para assegurar a relevância industrial de Portugal e de Espanha no futuro”, sublinhou Galamba.

Da mina de lítio até às bateriam que alimentam os automóveis elétricos. “Esse é o objetivo do Governo”, garante Galamba: “Nós não temos um projeto de natureza mineira. Temos um objetivo industrial. Queremos ter a extração, a refinação, a produção das células e também, eventualmente, o fabrico das baterias. Portugal pode estar em todos os momentos desta cadeia de valor”, garantiu, sublinhando que é na refinação e produção de células que está o maior valor acrescentado.

O secretário de Estado refere que o Governo fica agradado com este envolvimento das empresas portuguesas em projetos bandeira da transição energética.Vemos com muito bons olhos que grandes empresas portuguesas decidam apostar nesta área tão importante para o futuro de Portugal e da Europa. É uma das prioridades europeias a ideia de dar mais resiliência às cadeias de valor estratégicas, à área do lítio e das baterias”, sublinhou.

Na sua visão, além de um projeto de natureza climática e ambiental, a transição energética é uma oportunidade económica e industrial para o país e o que verificamos todos os dias é uma resposta muito positiva de um conjunto muito vasto de empresas portuguesas”. Não só das grandes, mas também das médias e pequenas.

“Há uma mudança de paradigma. As grandes empresas de energia investirão sempre, mas a diferença é que há agora uma generalização e diversificação de agentes empresariais e não só. A variedade de investimentos a que estamos a assistir, na sua dimensão e na sua implementação territorial, estamos a falar mesmo de um momento que pode ser mobilizador para os agentes económicos e para a generalidade do nosso território. A mobilização é enorme, da produção de eletricidade, aos gases renováveis, eficiência energética, há oportunidades de todas as dimensões, para todos. Não são exclusivos desta ou daquela empresa”, rematou Galamba.

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