Planos para resolver a situação na Groundforce estão a ser “reajustados”, diz Marcelo

Marcelo garante que o Governo "está a fazer tudo o que pode" para desbloquear o impasse na Groundforce e adianta que os planos estão a ser "reajustados em função daquilo que se vai sabendo". 

O Presidente da República garante que “o Governo está a fazer tudo o que pode” para desbloquear o problema de salários em atraso na Groundforce. Marcelo Rebelo de Sousa afirma que os planos estão a ser “reajustados em função daquilo que se vai sabendo”, nomeadamente o facto de as ações da Groundforce já estarem penhoradas no âmbito de um outro negócio.

Sou testemunha que o Governo está a fazer tudo o que pode para desbloquear a situação”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, numa manifestação de trabalhadores da Groundforce, no Porto, em declarações transmitidas pelas televisões, depois de ter tomado posse para o segundo mandato presidencial.

Nesse contexto, o Chefe de Estado garante que o Executivo está “empenhado” em desbloquear o impasse na Groundforce, referindo que há “coisas que não se sabia anteriormente”, pelo que isso “obriga a ir reajustando os planos em função daquilo que se vai sabendo”.

Em causa estão as negociações entre o Governo e o acionista privado Alfredo Casimiro, — que detém 50,1% da Groundforce através da Pasogal — que ainda não chegaram a acordo para desbloquear o dinheiro que serviria para pagar os salários de fevereiro dos cerca de 2.400 trabalhadores da empresa de handling. Na sexta-feira começaram a ser transferidos 500 euros para as contas dos trabalhadores, vindos de dinheiro que havia ainda em caixa e de apoio do lay-off entretanto recebido. No entanto, há ainda remunerações em dívida.

Marcelo Rebelo de Sousa admite que a situação é “muito penosa e complicada” não só em termos “pessoais e familiares”, mas também “porque tudo o que for uma paragem” da atividade da Groundforce “bloqueia o que é fundamental para a entrada e saída no nosso país por via aérea, ou seja tem uma consequência muito pesada na economia portuguesa”, aponta.

Nesse contexto, o Presidente da República sublinha que “quanto mais depressa” se chegar a um acordo “melhor”, justificando “a situação social e económica envolvida”. “O bloqueio ou a paralisia dos aeroportos tem consequências económicas muito graves para o país“, conclui.

Ao longo da semana passada e do fim de semana, a equipa do ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos reuniu-se com o acionista privado e presidente do conselho de administração Alfredo Casimiro para tentar desbloquear um adiantamento por serviços a prestar à TAP e assim pagar os salários referentes a fevereiro que estão em atraso.

Por várias vezes, o acordo chegou a parecer próximo, mas acabou por não acontecer. Após vários avanços e recuos, soube-se que há já uma outra penhora sobre as ações de Casimiro na Groundforce, o que impossibilita que a participação seja dada como garantia para o adiantamento da TAP. O mesmo acontece em relação ao empréstimo bancário de 30 milhões de euros que estava a ser negociado (com uma garantia pública para a maior parte do capital, mas que precisa de garantia privada para o restante).

Assim, a Groundforce continua sem dinheiro para pagar salários e as negociações entre o acionista privado e o Governo estão num impasse. A nacionalização é vista como último recurso, apesar de não estar excluída, mas a insolvência é também uma opção em cima da mesa.

(Notícia atualizada às 15h02)

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