Ensino à distância da NAU já conta com mais de 116 mil inscritos. Fevereiro foi o melhor mês de sempre
No mês passado, a plataforma de ensino à distância registou 10 mil novos inscritos, mais do dobro do que a média mensal até aí.
Está ativa há dois anos e conta já com 116.500 pessoas inscritas. Fevereiro foi, sem dúvida, o melhor mês da plataforma NAU – Sempre a Aprender, registando dez mil novos inscritos. Até aí, a média mensal situava-se nos quatro mil. Este mês é também promissor, uma vez que a marca dos quatro mil foi ultrapassada logo nos primeiros dias de março.
“As pessoas estão à procura de formação para requalificação, algumas estão mais desocupadas, mais em casa… Nota-se um aumento de procura incremental”, começa por dizer João Gomes, responsável pela plataforma com cursos abertos, gratuitos e destinados a grandes audiências.
A pandemia da Covid-19 tem sido, inevitavelmente, um fator que contribui para este crescimento da procura por formação online. Contudo, para João Gomes, não é o único. “Como estão a aparecer outros cursos com áreas mais abrangentes, o que vemos é que um aluno se regista num curso e, ao mesmo tempo, inscreve-se noutro. Temos 207 mil matrículas, o que significa que as pessoas se inscrevem em mais do que um curso”, refere, acrescentando que a média de idades, que antes era de 40 anos, tem vindo a descer últimos seis meses, aproximando-se dos 30.
Na plataforma de ensino à distância existem formações de várias áreas e dirigidas a vários públicos. Neste momento estão 34 cursos ativos, sendo que aquele que tem maior número de inscritos, mais de 50 mil, é o “Cidadão Ciberseguro”, do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS). Entre os mais requisitados estão também os cursos sobre o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD), higienização das mãos para prevenção de infeções e boas práticas de teletrabalho. Tecnologia e saúde estão entre os principais interesses ao nível de formação dos alunos da NAU neste momento. No entanto, o leque formativo diversificado faz com que um curso sobre vinhos, em que se aprende a provar vinhos, seja também um dos mais procurados na plataforma atualmente.
Ainda que os cursos não sejam da autoria da NAU, existe um esforço no sentido de procurar conteúdos de interesse, revela João Gomes, acrescentando que, neste momento, está à procura de um curso sobre Fernando Pessoas e está prestes a ser lançado outro sobre a viagem de Fernão de Magalhães, realizado por universidades e produzido em três línguas, português, inglês e espanhol.
“Há que requalificar milhões de pessoas”
Para João Gomes, a formação ao longo da vida é crucial, sobretudo tendo em conta aquilo que se espera que seja o futuro do trabalho. “Se é estimado que 50% dos empregos sejam substituídos em 2030, há que requalificar milhões de pessoas. Uma plataforma como a NAU vem ajudar a fazê-lo, porque o ensino presencial é muito caro, muito dispendioso e não escala“, afirma.
“Fala-se muito do valor económico da língua portuguesa, mas depois somos muitas vezes lentos a produzir conhecimento em língua portuguesa. O desafio que temos como portugueses é não deixarmos que seja sempre o mundo anglo-saxónico a dominar o conhecimento”, continua, acrescentando que a NAU trabalha para cumprir três grandes objetivos: a produção de conteúdos em português e multilingue (uma vez que pode haver presença de outras línguas), a produção de conteúdos de qualidade e a autossustentabilidade do projeto.
Este ano e no próximo vão surgir novidades. Com um novo financiamento conseguido, a NAU está a desenvolver um módulo de avaliação remota que permite que os alunos se desloquem a um centro no país ou no estrangeiro para realizar uma avaliação, quando esta precisa de ser mais forte ou controlada. É o caso de módulos para mestrados ou pós-graduações, exemplifica João Gomes. Por outro lado, esta avaliação pode, em alguns casos, ser feita em casa, mas é preciso assegurar alguns detalhes. “Têm de haver medidas para garantir que é a própria pessoa que está a fazer o teste, que não está a copiar ou a ter qualquer outra ajuda”, explica o responsável.
"Fala-se muito do valor económico da língua portuguesa, mas depois somos muitas vezes lentos a produzir conhecimento em língua portuguesa.”
É nisto que a NAU está, agora, a trabalhar, mas, ao mesmo tempo, a plataforma está também comprometida em lançar, até final de 2022, um sistema antiplágio, bem como um chatbot, ambos com recurso à inteligência artificial (IA). Por outro lado, João Gomes avança que está a ser desenvolvido um módulo de certificados seguros.
“Já temos um certificado PDF digital, mas queremos um certificado mais seguro e que possa ter as melhores práticas internacionais das micro credenciais. Está a começar a uniformizar-se um e standard europeu e mundial de micro credenciais”, remata.
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