Farmácias a postos para venderem autotestes. Falta saber quais

Apesar de já terem sido divulgados os critérios a respeitar na utilização do autotestes à Covid, as farmácias estão a aguardar a listagem do regulador sobre os testes que poderão ser comercializados.

Depois de as autoridades de saúde terem definido os critérios para a utilização de testes rápidos de antigénio para uso da população em geral, as farmácias aguardam que o Infarmed publique a lista relativa aos testes passíveis de serem comercializados. Findo este passo, a Associação de Farmácias de Portugal assegura que em pouco tempo estes testes estarão disponíveis no mercado.

Na sexta-feira passada, Infarmed, Direção-Geral da Saúde e Instituto Dr. Ricardo Jorge, divulgaram uma circular conjunta a estabelecer os “critérios de inclusão no regime excecional para a utilização de testes rápidos de antigénio de uso profissional por leigos”, isto depois de o Governo ter autorizado a venda destes autotestes em farmácias e outros locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica, como é o caso das parafarmácias e dos espaços bem-estar de alguns hiper e supermercados.

Em causa estão os testes rápidos de antigénio que permitem detetar possíveis casos de infeção por Covid-19 através da recolha de uma amostra de fluido das fossas nasais e cuja colheita é feita através de uma zaragatoa (mais pequena do que a utilizada nos testes PCR). Assim, além de ser um teste menos evasivo que o PCR, uma das grandes vantagens destes autotestes é o facto de permitir resultados entre 10 a 30 minutos, pelo que são especialmente recomendados em rastreios comunitários.

Contudo, apesar de terem sido divulgados os critérios a respeitar na utilização destes autotestes fica ainda a faltar a lista dos testes que poderão ser comercializados. “O Infarmed ainda terá que analisar e avaliar [os testes] para, depois, escolher quais são aqueles que têm mais confiança para depois serem utilizados pelos cidadãos comuns”, explica Manuela Pacheco, presidente da Associação de Farmácias de Portugal (AFP), em declarações ao ECO.

Assim apesar de ainda não existir qualquer previsão para a divulgação da lista, a responsável aponta que o processo estará também dependente da “proatividade dos fornecedores”. “Os fornecedores terão de enviar as características dos seus dispositivos médicos, — neste caso os testes que pretendem que sejam reconhecidos. E, e se eles o fizerem rapidamente, mais rapidamente serão avaliados“, aponta Manuela Pacheco.

Para serem utilizados como autotestes, têm de estar registados pelos fabricantes junto do regulador, tal como sublinha a circular conjunta divulgada pelas autoridades competentes. Até agora, os testes rápidos só tinham “luz verde” para ser executados para uso profissional, pelo que é necessário uma autorização para uso dos leigos.

Depois desta fase, a AFP garante que não haverá nenhum “problema” para os disponibilizar nas farmácias, pelo que o processo deverá ser rápido. “Qualquer armazenista consegue disponibilizar-nos o material nas farmácias em 12-24 horas, portanto isso não será um problema”, assinala Manuela Pacheco.

E se na Alemanha a procura por autotestes levou a que esgotassem em poucas horas, Manuela Pacheco não antecipa que a situação se repita em Portugal. “Vai haver procura mas a procura há-de ser q.b.”, antecipa a presidente da AFP, acrescentando que as farmácias estarão “devidamente preparadas” para responder às necessidades dos clientes. Além disso, a responsável sublinha que o número de testes disponíveis vai depender da quantidade de marcas que vão ser autorizadas pelo Infarmed.

Por fim, ao ECO, Manuela Pacheco aponta ainda que os farmacêuticos terão um “papel essencial” em todo este processo, já que devem transmitir aos cidadãos como executar estes testes, como devem recolher a amostra adequadamente, por forma a que “seja em quantidade suficiente e de boa qualidade” para evitar falsos negativos, bem como explicar como os cidadãos devem proceder à comunicação dos resultados.” Não é comprar em qualquer lado”, alerta, acrescentando que “tem de haver sempre alguém com conhecimento prévio para explicar como deverá ser executado, quais são os procedimentos e os passos a seguir”.

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