Em quarentena, com um copo de vinho e numa reunião Zoom. Assim se imagina o futuro num tempo “estranho” e “atípico”

O livro “Imagine: Relatos de um tempo estranho, atípico e extraordinário” mostra os cenários imaginados para um pós-pandemia. Ainda que sem resposta clara, é o futuro escrito a 28 mãos.

Um copo de vinho na mão, uma reunião Zoom aberta e um relógio quase a bater nas 22 horas. Foi este contexto que deu origem ao livro “Imagine: Relatos de um tempo estranho, atípico e extraordinário” que é, no fundo, um conjunto de testemunhos sobre como foi vivido o primeiro confinamento obrigatório, durante a primeira onda da pandemia de Covid-19 em Portugal.

“Organizámos umas conversas à noite em que nos divertimos muito. Chamamos-lhe conversas ‘Às 5 para as 10 da noite’ e, desde a primeira conversa, percebemos que as pessoas tinham imensa vontade de partilhar o que lhes ia na alma”, conta Diogo Alarcão, co-autor da obra e CEO da Mercer, a empresa impulsionadora destas conversas, durante o evento online de apresentação do livro.

Autores: Diogo Alarcão, Ana Guimarães, Paula Carneiro, Teresa Nascimento, Ricardo Aguiar, Verónica Soares Franco, Luís Wissmann, Alexandra Sequeira de Carvalho, Tiago Brandгo, Cláudia Monteiro, Clara Trindade, Catarina Horta, Paulo Pisano, Margarida Manaia, Isabel Moisés, Tiago Pimentel, Joana Queiroz Ribeiro, Sara Eusébio Fonseca, Teresa Cópio, Hélder Neves, Paula Ferreira Borges, Isabel Viegas, Vanda Jesus, Nuno Ferreira Morgado, Catarina Tendeiro, Cristina Campos, Pedro Serra e Luís Filipe Monteiro

Editora: Arranha-céus

Foram cinco noites, cinco conversas, pelas quais passaram 28 pessoas, os co-autores da obra, que são profissionais das áreas de recursos humanos, marketing e direção de empresas como o Novo Banco, a L’Oréal ou o Pingo Doce.

A obra mostra os cenários que foram imaginados pelos co-autores e pensados como a futura realidade, consequência da pandemia mundial. Será que os modelos híbridos vieram para ficar? As empresas estão mais humanas? A comunicação foi (e continua a ser) um elemento chave para o processo de transformação organizacional? Os investimentos na saúde e bem-estar tiveram um incremento significativo? São perguntas que ainda não têm uma resposta clara, mas é o futuro imaginado durante um “tempo estranho, atípico e extraordinário”.

5 perguntas a Diogo Alarcão…

Diogo Alarcão é co-autor da obra e CEO da Mercer.

Como surgiu a ideia de criar as conversas “Às 5 para as 10 da noite”?

A ideia surgiu de uma vontade da Mercer de estar próxima dos seus clientes desde o início do primeiro confinamento e de poder partilhar e ouvir os desafios e soluções que as empresas estavam a desenhar e implementar. Pretendia-se inicialmente criar um forum onde pudéssemos partilhar de forma aberta o que estávamos a viver nas nossas organizações.

Esta foi a ideia inicial, mas que rapidamente evoluiu para algo “mais fora da caixa”. Porque não transformar esse fórum de partilhas de experiências em algo mais divertido e informal? E assim, nesse espírito, começámos a contactar um conjunto de amigos e amigas, clientes da Mercer, a perguntar se estariam disponíveis para essas conversas. A reação não podia ter sido melhor: não tivemos uma única recusa.

Recordo-me que, quando telefonava a cada pessoa, ouvia do lado de lá: “Que ideia tão gira”, “Que iniciativa tão oportuna”, “Claro que podem contar comigo” e por aí adiante. Para tornar a ideia ainda mais “fora da caixa” desafiámos as pessoas a responder durante as conversas que íamos agendar a duas perguntas: “Se a situação que estamos a viver fosse uma guerra, que nome lhe darias?” e “Se fosses o Vasco da Gama, como te sentirias no dia a seguir a dobrar o Cabo da Boa Esperança?”.

Como é que as conversas virtuais se transformaram num livro?

Foi um passo natural que todos sentimos vontade de dar. Terminadas as cinco conversas que reuniram grupos de cinco ou seis pessoas sempre diferentes, e tendo as mesmas sido tão ricas, percebemos logo que seria uma pena perder essas memórias. Tínhamos partilhado tanto e tínhamos aprendido tanto que sentíamos uma vontade enorme de transmitir a outros essas experiências.

O momento que estávamos a viver (primeiro confinamento) era algo que sabíamos que nos iria marcar a todos e ao mundo para o resto das nossas vidas e, por isso, tínhamos que o partilhar com as próximas gerações: as dos nossos filhos, netos e bisnetos. Sabíamos que estávamos a ser protagonistas da História.

Consegue lembrar-se de alguma partilha que o tenha tocado particularmente?

Todas as partilhas me tocaram, quer durante as conversas “Às 5 para as 10 da noite” quer quando depois li os testemunhos escritos. Não consigo destacar nenhuma.

Como foi escrever um livro a 28 mãos?

Foi um desafio. Decidido que iríamos publicar o nosso livro, passámos à recolha dos testemunhos, escolha de uma editora, grafismo do livro, etc.. Creio que o mais difícil foi mesmo recolher todos os testemunhos. Foram cerca de quatro meses de muito trabalho e algum stress até ao evento de lançamento do livro, mas valeu a pena.

Como é o futuro que “imaginaram” no livro?

Essa é a pergunta que não posso responder pois estaria a revelar as nossas partilhas e reflexões sobre o amanhã. Quem quiser saber como imaginamos o futuro vai ter que comprar o livro.

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