Vai tomar a vacina da Pfizer? Da AstraZeneca ou da Moderna? Isto é o que tem de saber sobre cada uma
Em que situações a vacina da Pfizer é contraindicada? E que precauções devo ter para a da Moderna? Quais as reações adversas associadas à vacina da AstraZeneca? O ECO "descodificou" o manual da DGS.
A Direção-Geral de Saúde (DGS) divulgou um manual sobre a Literacia em Saúde e Comunicação, com o intuito de promover a adesão da população à vacinação contra a Covid-19, numa altura em que a suspensão temporária da vacina da AsraZeneca (que já foi entretanto retomada) levou a uma quebra de confiança nas vacinas.
Neste documento, as autoridades de saúde salientam “o papel dos profissionais de saúde na disseminação de mensagens que promovam a vacinação e no esclarecimento da população”. Nesse sentido, a DGS apela a que estes profissionais recomendem a vacina aos seus utentes, explicando os benefícios da vacinação “a nível individual e coletivo” e “informando sobre a baixa prevalência de efeitos secundários“, mas também elencando que os benefícios são “largamente superiores aos riscos”.
Ao mesmo tempo, os profissionais de saúde devem sublinhar que, mesmo que tome a vacina deve continuar a manter as medidas de prevenção habituais, como a utilização da máscara, assegurar distância física de outras pessoas ou lavar as mãos com frequência, já que a proteção não é imediata e “ainda não há evidência que garanta que uma pessoa vacinada não seja transmissora do vírus”, aponta a DGS.
Além disso, neste manual consta também um “guia” prático para os utentes que recebam cada das três vacinadas que estão a ser administradas em Portugal. Em linhas gerais, os indivíduos não devem ser vacinados caso tenham alguns dos sintomas relacionados com a Covid-19, isto é, febre, tosse, dificuldade respiratória ou alterações no paladar ou olfato, devendo nestes casos contactar a linha SNS 24.
Caso não tenham nenhuma destas patologias têm “luz verde” para serem vacinados, sendo que devem “manter-se junto do local onde foram vacinados durante pelo menos 30 minutos”, por forma a serem prontamente assistidos casos desenvolvam alguma reação alérgica adversa, que embora sejam “são muito raras”, surgem “geralmente pouco tempo após a administração”.
Mas afinal, em que situações a vacina da Pfizer é contraindicada? E que precauções devo tomar para a vacina da Moderna? E quais as reações adversas relacionadas com a vacina da AstraZeneca? Ponto por ponto, o ECO “descodificou” o manual da DGS com tudo o que precisa de saber sobre cada tipo de vacina.
O que deve saber sobre a vacina da Pfizer/BioNTech?
A vacina da Pfizer desenvolvida em conjunto com a BioNTech contra a Covid-19 foi a primeira a ser aprovada pela Agência Europeia Medicamento, a 21 de dezembro, apenas seis dias antes de arrancar o plano de vacinação em Portugal. Cientificamente registada como COMIRNATY®, esta é uma vacina de RNA mensageiro (mRNA) que “codifica para a proteína S (“spike”) do vírus SARS-CoV-2” e é indicada para indivíduos com idade igual ou superior a 16 anos.
Tal como as restantes vacinas que estão atualmente a ser administradas em Portugal, esta é uma vacina de duas tomas, cujo intervalo de administração entre as tomas é de 28 dias. Recorde-se que o intervalo de administração foi alargado no ínicio deste mês, sendo que antes disso era de 21 dias.
Quanto às precauções que devem ser tidas em conta antes de tomar esta vacina, o utente deve informar o profissional de saúde se:
- Já teve uma reação anafilática a outros medicamentos;
- Tem imunodeficiência ou realiza terapêutica imunossupressora (incluindo quimioterapia), bem como se “tem doenças da coagulação, alteração das plaquetas ou faz terapêutica com anticoagulantes”, aponta a DGS.
Assim, a instituição liderada por Graça Freitas aponta que esta vacina é contraindicada para pessoas com historial de “hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos seus excipientes”, ou caso tenham desenvolvido “uma reação anafilática a uma dose anterior desta vacina”. Nestas situações, o melhor é mesmo contactar o seu médico. Estas contraindicações aplicam-se também às vacinas da Moderna e da AstraZeneca.
Relativamente às reações adversas relacionadas com a vacina da Pfizer as mais frequentes são: dor ou inchaço no local da injeção (leia-se no músculo do braço), fadiga, dor de cabeça, dores musculares, dor nas articulações ou febre. Neste último caso, pode tomar paracetamol. Ao passo que “se apresentar dor, inchaço ou calor no local da injeção, pode aplicar gelo várias vezes ao dia, por curtos períodos, evitando o contacto direto com a pele”.
Estas reações são geralmente ligeiras e desaparecem alguns dias após a vacinação, no entanto, “devem ser notificadas no Portal RAM para serem monitorizadas“. Em caso de persistência, deve contactar o seu médico ou a linha SNS 24. De notar que estas duas recomendações aplicam-se a qualquer tipo de vacina.
E sobre a vacina da Moderna?
A vacina da farmacêutica norte-americana Moderna foi a segunda a ter “luz verde” do regulador europeu, a 6 de janeiro. Tal como a vacina da Pfizer é uma vacina de mRNA, pelo que as duas têm várias semelhantes quer ao nível de administração (duas tomas com um intervalo de 28 dias), quer o nível de precauções e efeitos adversos. Mas se a vacina da Pfizer é recomendada para indivíduos com idade igual ou superior a 16 anos, esta é recomendada para pessoas com idade igual ou superior a 18 anos.
Quanto às precauções que devem ser tidas em conta antes de tomar esta vacina, o utente deve informar o profissional de saúde se:
- Já teve uma reação anafilática a outros medicamentos;
- Tem imunodeficiência ou realiza terapêutica imunossupressora (incluindo quimioterapia);
- Tem doenças da coagulação, alteração das plaquetas ou faz terapêutica com anticoagulantes. Esta é, portanto, a grande diferença para a da vacina da Pfizer, neste âmbito.
No que toca aos efeitos adversos, “com esta vacina podem surgir dor, inchaço ou vermelhidão no local de injeção, edema ou sensibilidade na axila, fadiga, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações, febre, arrepios ou náuseas“, refere a DGS. Tal como da vacina da Pfizer, se tiver febre pode tomar paracetamol, ao passo que “se apresentar dor, inchaço ou vermelhidão ou calor no local da injeção, pode aplicar gelo várias vezes ao dia, por curtos períodos, evitando o contacto direto com a pele.
Quais são as recomendações para a vacina da AstraZeneca?
A vacina desenvolvida pela farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca em conjunto com a Universidade de Oxford foi aprovada a 29 de janeiro e tem várias diferenças face às anteriormente mencionadas. Desde já, esta é uma vacina que utiliza um vírus geneticamente modificado (o chamado “vetor viral”) que contem o ácido desoxirribonucleico (ADN) para a proteína S (“spike”) do vírus SARS-CoV-2. Esta é também uma vacina de dose dupla, mas o intervalo entre as doses é consideravelmente superior: 12 semanas. E tal como a vacina da Moderna é recomenda para indivíduos com idade igual ou superior a 18 anos.
No que concerne às precauções que devem ser tidas em conta antes de tomar esta vacina, o utente deve informar o profissional de saúde se:
- Tem imunodeficiência ou realiza terapêutica imunossupressora (incluindo quimioterapia), tal como acontece na vacina da Pfizer e da Moderna;
- Tem doenças da coagulação, alteração das plaquetas ou faz terapêutica com anticoagulantes, à semelhança da vacina da Moderna.
Com esta vacina podem surgir os seguintes efeitos adversos: sensibilidade, dor, calor ou comichão ou hematoma no local de injeção, fadiga, mal-estar, dores musculares, dor nasarticulações, febre, arrepios, dor de cabeça ou náuseas. Tal como nas outras duas vacinas, se tiver febre pode tomar paracetamol, enquanto “se apresentar dor, calor ou hematoma no local de injeção, pode aplicar gelo várias vezes ao dia, por curtos períodos, evitando o contacto direto com a pele”.
Ao mesmo tempo, as autoridades de saúde aconselham a que se sentir um “mal-estar persistente”, como dores de cabeça frequentes ou dores no corpo fortes”, num prazo superior a três dias ou pontos vermelhos ou manchas na pele fora do local de injeção deve consultar “de imediato o seu médico”.
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