Regulador alemão sob investigação criminal pelo caso Wirecard

Uma investigação criminal à atividade de um regulador é caso raro na Europa e acontece no seguimento das queixas de investidores individuais que alegam que o BaFin falhou no colapso da fintech.

A Procuradoria-Geral da República da Alemanha lançou uma investigação criminal ao papel do regulador BaFin no colapso da Wirecard, após várias queixas contra o supervisor. Os procuradores anunciaram esta segunda-feira ter aberto o inquérito à forma como o regulador financeiro supervisionou a fintech depois de ter analisado as informações recolhidas nos escritórios do BaFin em fevereiro.

“As denúncias criminais e informações veiculadas pelos media levaram os procuradores de Frankfurt a realizarem investigações para determinar se as alegações contra os gestores e os funcionários são justificadas“, afirmou um porta-voz da PGR à AFP. Por enquanto, nenhum suspeito foi individualmente identificado no caso que investiga potenciais violações das regras do mercado de capitais da Alemanha.

Uma investigação criminal à atividade de um regulador é caso raro na Europa e acontece no seguimento das queixas de investidores individuais que alegam que o BaFin falhou em lidar adequadamente com o escândalo da Wirecard, nomeadamente na proibição de shortselling no início de 2019.

O presidente do regulador financeiro da Alemanha foi substituído devido ao caso, cerca de seis meses depois do “desaparecimento” de 1,9 mil milhões de euros das contas da fintech com sede em Munique e após muitas críticas. A própria Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA) concluiu que o BaFin, bem como o FREP, falharam na supervisão da Wirecard, sugerindo que estes deviam ter prestado mais atenção às notícias que foram publicadas em jornais como o Financial Times ao longo de dois anos antes do rebentar do escândalo da fintech.

Foi através de uma notícia no jornal britânico que o mundo ficou a saber que a auditora EY tinha identificado um buraco de 1,9 mil milhões de euros nas contas da empresa de pagamentos. No seguimento do caso, a Wirecard pediu insolvência, foi excluída da bolsa alemã, mais de 700 trabalhadores foram despedidos e o antigo CEO, Markus Braun, foi detido.

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