Prejuízos no Deutsche Bank foram mais graves que o esperado

Banco alemão registou prejuízos mais graves do que o esperado pelos analistas no final do ano passado. Ações afundam mais de 6% na bolsa de Frankfurt.

O Deutsche Bank registou prejuízos de 1,89 mil milhões de euros no último trimestre de 2016, um resultado líquido negativo mais grave do que aquele que os analistas sondados pela Bloomberg antecipavam.

O maior banco alemão esteve no olho do furacão no final do ano passado, com a potencial multa de 12 mil milhões de dólares nos EUA a colocar os investidores de olho na viabilidade financeira da instituição liderada pelo inglês John Cryan. Entretanto, o banco já resolveu a disputa que mantinha com o Departamento de Justiça norte-americano: vai pagar 7,2 mil milhões de dólares para fechar processo relacionado com a crise do subprime.

Os especialistas esperavam um prejuízo de “apenas” 1,32 mil milhões de euros, pelo que o número apresentado esta quinta-feira é cerca de 500 milhões de euros mais grave do que o estimado. Há um ano, tinha apresentado um resultado negativo de mais de dois mil milhões de euros.

A pressionar os resultados do Deutsche Bank esteve sobretudo o desempenho do banco na negociação de ativos financeiros em bolsa entre outubro e dezembro de 2016. As receitas com trading de dívida, a principal fonte de rendimento do banco, subiu 11% para 1,38 mil milhões de euros, bastante abaixo das projeções de 1,6 mil milhões. Já as receitas com trading de ações caíram 23% para 428 milhões de euros.

“Os nossos resultados de 2016 foram fortemente afetados pela decisiva ação de gestão para melhorar e modernizar o banco, assim como pela turbulência do mercado em torno do Deutsche Bank”, referiu Cryan num comunicado citado pela Bloomberg. “Provámos a nossa resiliência num ano particularmente difícil. Terminámos 2016 com rácios de capital e liquidez fortes e estamos otimistas depois de um início de ano promissor”, acrescentou.

"Os nossos resultados de 2016 foram fortemente afetados pela decisiva ação de gestão para melhorar e modernizar o banco, assim como pela turbulência do mercado em torno do Deutsche Bank. Provámos a nossa resiliência num ano particularmente difícil. Terminámos 2016 com rácios de capital e liquidez fortes e estamos otimistas depois de um início de ano promissor.”

John Cryan

Presidente do Deutsche Bank

O rácio de capital do Deutsche Bank, que avalia a capacidade de um banco aguentar-se de pé em tempos de grave crise, subiu para 11,9% no final de dezembro. É um nível melhor do que o esperado pelo mercado.

As ações do Deutsche Bank afundam esta quinta-feira mais de 6% para 18,02 euros.

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