Provisões atiram banco polaco do BCP para prejuízos de 69 milhões de euros
"O nível de provisões acumuladas representa 10,8% do valor da carteira de créditos hipotecários em moeda estrangeira", explica o polaco Bank Millennium.
O polaco Bank Millennium, que é maioritariamente detido pelo português BCP, teve prejuízos de 68,6 milhões, no primeiro trimestre, devido às provisões de 117,4 milhões de euros, relacionadas com os processos com os créditos concedidos em francos suíços, precavendo-se assim dos efeitos de derrotas perante os clientes na Justiça.
“O resultado líquido consolidado do Grupo Bank Millennium, no primeiro trimestre, atingiu -311 milhões de zlótis (-68,6 milhões de euros). O resultado foi substancialmente influenciado por provisões relacionadas com riscos legais associados à carteira de créditos hipotecários concedidos em moeda estrangeira no montante total de 533 milhões de zlótis (117,4 milhões de euros), das quais 21 milhões de zlótis (4,6 milhões de euros) relacionadas com a carteira do Euro Bank”, explica o banco em comunicado enviado ao mercado.
O banco explica ainda no mesmo comunicado que “o nível de provisões acumuladas representa assim 10,8% do valor da carteira de créditos hipotecários em moeda estrangeira”. Os 311 milhões de zlótis em provisões representam uma ligeira redução face aos 379,6 milhões zlótis postos de lado para riscos legais no quarto trimestre, período em que o banco também teve prejuízos de 24,7 milhões de euros.
O mês passado o banco já tinha feito um profit warning no qual antecipava resultados negativos nos três primeiros meses do ano.
O Bank Millennium, tal como os restantes bancos do sistema financeiro polaco, têm feito provisões para se acautelar eventuais derrotas na Justiça por causa dos empréstimos contraídos em francos suíços, em 2008, que perante a valorização do franco suíço face ao zlóti, fizeram disparar os montantes em dívida por parte dos clientes. O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) considerou que, nos contratos de empréstimos feitos na Polónia e indexados a uma moeda estrangeira, cláusulas abusivas, relacionadas com variações cambiais, podem motivar a anulação dos referidos contratos. Mas o caso não está ainda fechado.
A instituição destaca ainda que a nova produção de crédito hipotecário atingiu no primeiro trimestre um “volume recorde de 2,2 mil milhões de zlótis (0,5 mil milhões de euros), um aumento de 5% em termos trimestrais e 64% em termos homólogos”, o que lhe permite ter agora uma quota de mercado de 14,6% na nova produção de créditos hipotecários.
O banco revela ainda que, em termos homólogos, os proveitos operacionais diminuíram 6%, a margem financeira 10% e os custos operacionais 17%. Já as comissões aumentaram 5%, face ao mesmo período do ano passado.
E se o número de clientes microempresas registou um aumento de 10% (mais de 100 mil), o crédito concedido a empresas (a nível geral), em termos homólogos, diminuiu 3%. Já os depósitos cresceram 18% e o volume de contas correntes 45%, em termos homólogos.
Apesar deste resultado os analistas antecipam que o BCP, que via apresentar resultados segunda-feira, tenham um lucro de 48 milhões de euros.
(Notícia atualizada com mais informação)
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