INE vê “recuperação significativa”, mas atividade económica ainda está abaixo de 2019
O INE divulgou a síntese económica de conjuntura de abril e os números confirmam que a recuperação continua. Porém, os níveis ainda são "inferiores aos do período homólogo de 2019".
A economia portuguesa continuou em abril a recuperar gradualmente da crise após as fortes quedas da atividade no início do ano por causa do segundo confinamento, mostrando sinais de que há uma “recuperação significativa da atividade económica mas para níveis ainda inferiores aos do período homólogo de 2019”. Os dados constam da síntese económica de conjuntura de abril divulgada esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
“A informação disponível para março e abril revela taxas de variação homólogas positivas, mais intensas no último mês, após taxas negativas desde o início da pandemia“, revela o gabinete de estatísticas, explicando que “esta evolução deve-se em grande medida a um efeito de base, visto que, pela primeira vez, decorrido um ano, a comparação incide sobre meses já fortemente afetados pela pandemia (março e abril de 2020)”.
Contudo, no geral, os indicadores observados pelo gabinete de estatísticas “ainda não atingiram os níveis do período homólogo de 2019”, em contraste com o que acontece no indicador diário de atividade económica do Banco de Portugal em que já se registou valores em maio superiores aos do ano anterior à pandemia.
No caso do INE, são identificadas duas exceções de indicadores associados ao investimento em que já há um crescimento face a 2019: é o caso das vendas de cimento — o que está relacionado com o setor da construção, o qual foi o único que cresceu em 2020 — e importações de máquinas.
“O indicador de atividade económica, que sintetiza um conjunto de indicadores quantitativos que refletem a evolução da economia, aumentou significativamente em março e atingiu o valor mais elevado desde abril de 2019, após as acentuadas reduções em janeiro e fevereiro”, acrescenta o gabinete de estatísticas.
É de notar que, após a recuperação verificada em março com o início do desconfinamento, em abril o indicador de clima económico apresentou uma “expressiva recuperação”, nas palavras do INE, tal como aconteceu na Zona Euro ao indicador de sentimento económico com os níveis de confiança a aumentarem transversalmente entre setores. Em Portugal, esse indicador superou “ligeiramente” o nível observado no início da pandemia (março de 2020), mas está ainda abaixo do observado no período homólogo de 2019.
No caso dos consumidores, o indicador de confiança também aumentou “significativamente” em abril, aproximando-se do nível observado em março de 2020.
Para já, existem pelo menos duas previsões que apontam para crescimentos expressivos do PIB no segundo trimestre deste ano. É o caso do ISEG que antecipa um crescimento entre 10% a 15%, em termos homólogos, e o caso da Comissão Europeia que prevê um salto de 13,5%.
(Notícia atualizada às 11h27 com mais informação)
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