Lucro do Crédito Agrícola dispara para 72,5 milhões no primeiro trimestre
Grupo liderado por Licínio Pina alerta para quadro de incerteza por causa da pandemia que poderão traduzir-se num aumento de imparidades após o fim das moratórias.
O lucro do Crédito Agrícola disparou 114% para 72,5 milhões de euros no primeiro trimestre do ano. O resultado foi impulsionado por vários fatores, desde logo o facto de ter constituído menos imparidades e provisões em relação ao mesmo período de 2020. O grupo pôs de lado quase sete milhões de euros para enfrentar a crise da pandemia, abaixo dos 27,5 milhões do ano passado.
Apesar dos resultados positivos, o grupo liderado por Licínio Pina alerta que o “exercício de 2021 encerra níveis de incerteza ainda elevados que se poderão vir a refletir ao nível do incremento de imparidades da carteira de crédito”.
E avisa: “Neste contexto, os próximos resultados trimestrais poderão sofrer alterações materiais decorrentes das atividades de acompanhamento regular da carteira de crédito, em particular, dos setores mais afetados pela crise e com maior peso de contratos de crédito em situação de moratória”.
A ajudar nos resultados esteve ainda a subida de mais de 7% da margem financeira para 85,9 milhões de euros, uma evolução que se dá num quadro em que o setor financeiro continua sob pressão do ambiente de juros baixos promovido pelo Banco Central Europeu (BCE). A margem técnica da atividade de seguros subiu 8,7% para 12,8 milhões.
A venda de dívida pública manteve-se como uma importante fonte de receitas, com o grupo a registar resultados de operações financeiras de 50,9 milhões de euros, ainda assim, uma descida de 4,2% face aos resultados de 55,1 milhões registados há um ano.
Contas feitas, o produto bancário avançou 11,9% para 180,5 milhões de euros.
Dos 72,5 milhões de lucros, o negócio bancário contribuiu com 65,3 milhões, que representa uma subida de 122,9% face ao período homólogo. O grupo assinala ainda “os contributos positivos de 2,3 milhões de euros da CA Vida e de 1,5 milhões de euros da CA Seguros“.
Olhando para o balanço, a carteira de crédito a clientes ascendia a 11,4 mil milhões de euros, mais 7% em relação ao ano passado. O banco adianta que as moratórias totalizaram 2.682 milhões de euros no final de março, num total de 27.040 contratos. Em relação à qualidade da carteira de crédito, o rácio de NPL baixou 0,3 pontos percentuais face ao final do ano passado para 7,8%.
Já os depósitos de clientes totalizavam cerca de 17,6 mil milhões de euros, subindo 14,4% (ou 2.211 milhões de euros) em termos homólogos.
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