Forte crescimento do PIB torna “possível ultrapassarmos” meta de 4% em 2021, diz Leão
O Ministério das Finanças congratula-se pelo "nível mais alto do PIB desde o início da pandemia" no segundo trimestre e argumenta que este torna "possível ultrapassarmos" a meta de 4% em 2021.
É com agrado que o ministro das Finanças, João Leão, recebeu a notícia de que a economia portuguesa cresceu 15,5% em termos homólogos e 4,9% em cadeia no segundo trimestre. Em comunicado, o gabinete de Leão assinala que este é “o crescimento mais elevado nas séries trimestrais disponíveis”, muito influenciado pela base muito baixa do segundo trimestre de 2020 (pior trimestre da pandemia), e nota que esta expansão “mais do que compensou” a queda do primeiro trimestre provocada pelo segundo confinamento.
Com o olho no futuro, o ministro volta a afirmar a expectativa de que o crescimento anual do PIB este ano fique acima da previsão de 4% inscrita no Programa de Estabilidade em abril. Porém, não refere a ambição de chegar aos 5%, como tinha feito há umas semanas.
“Portugal atinge o nível mais alto do PIB desde o início da pandemia, o que confirma a forte retoma económica em Portugal e a perspetiva de que com o avanço da vacinação e o controlo da situação pandémica, seja possível ultrapassarmos a estimativa de crescimento de 4% apresentada no Programa de Estabilidade”, escreve o Ministério das Finanças num comunicado divulgado esta sexta-feira após a divulgação dos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Também em reação aos números do PIB, António Costa, citado pela Lusa, disse que “os sinais de recuperação são animadores” e que, por isso, “há é que prosseguir e continuar a trabalhar”. Os números são “um excelente sinal” da “resiliência da economia, com o conjunto de medidas que foram adotadas”, acrescentou o primeiro-ministro, assinalando também os números do mercado de trabalho que foram divulgados esta quinta-feira e que mostraram uma redução da taxa de desemprego.
Finanças realçam crescimento acima da Zona Euro
No mesmo comunicado, o Ministério das Finanças realça ainda o crescimento de Portugal face à média europeia: “Tanto o crescimento homólogo, como o crescimento em cadeia, situam-se consideravelmente acima das médias da Zona Euro e da UE, sinalizando a retoma do processo de convergência interrompido durante a pandemia”, escreve o gabinete de João Leão.
Contudo, esta comparação das Finanças esquece o que aconteceu no primeiro trimestre deste ano e no segundo trimestre de 2020. No arranque deste ano, Portugal registou a maior queda do PIB da UE, o que ajudou a empolar o crescimento em cadeia no segundo trimestre.
Já no segundo trimestre de 2020, Portugal tinha registado das maiores quedas do PIB da UE, a par da Espanha, França e Itália, que também são os países que mais crescem agora. Isto não significa que estes países estão a sair mais rápido da crise, até pelo contrário: as previsões da Comissão Europeia apontam para que sejam os últimos. Na linha da frente estão países que crescem “pouco” (em termos percentuais) agora, mas porque já recuperaram mais rapidamente ou nunca chegaram a sofrer tanto com a crise pandémica.
De acordo com as previsões da Comissão Europeia e do Fundo Monetário Internacional, Portugal (e outros países do Sul da Europa como Espanha, Itália, Grécia e França) será dos países da UE que mais demorará a recuperar totalmente o PIB pré-pandemia, conseguindo esse feito apenas em 2022 quando na média o PIB europeu chega lá no final deste ano.
(Notícia atualizada às 12h56 com mais informação)
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