Novo Banco recupera 11 milhões de fundo imobiliário do GES
Invesfundo III chegou a ter projeto de 60 milhões em Vila Nova de Gaia. Deixou dívidas de quase 58 milhões ao Novo Banco, que vai agora recuperar parte do crédito que foi cedido no tempo do BES.
O Novo Banco prepara-se para receber mais 2,4 milhões de euros de um fundo imobiliário do antigo Grupo Espírito Santo (GES) que entrou em insolvência no ano passado e a quem o banco reclamava quase 60 milhões de euros.
Em causa está o Invesfundo III, criado em 2006 pelo GES para o desenvolvimento e promoção de um projeto imobiliário em Vila Nova de Gaia, o Douro Atlantic Garden, que era promovido pela Espírito Santo Property e financiado a 100% pelo BES.
Contudo, o projeto, anunciado em 2013, nunca saiu do papel e a Invesfundo III, já depois do colapso do universo Espírito Santo no ano seguinte, viria a deixar um rasto de dívidas sobretudo no Novo Banco: quase 58 milhões de euros era o montante que reclamava a instituição liderada por António Ramalho até há pouco tempo. Agora a verba é um pouco inferior.
Isto porque, já depois de o Invesfundo III ter entrado em insolvência em junho do ano passado, o administrador de insolvência começou a alienar os imóveis do fundo, o que já permitiu fazer reembolsos de 8,7 milhões de euros ao Novo Banco através de dois rateios parciais concretizados este ano — um em março e outro em junho.
Fruto dessas vendas – que continuam em curso – estão depositados atualmente mais de três milhões na conta aberta em nome da massa insolvente, razão pela qual Bruno Costa Pereira propõe agora novo rateio: quer transferir mais 2,4 milhões de euros para o banco que é o maior credor de uma lista que também tem a Autoridade Tributária e a Gesfimo, a gestor dos fundos imobiliários do GES, a reclamarem cerca de 200 mil euros. O administrador de insolvência argumenta que a conta bancária da massa insolvente manterá dinheiro suficiente (cerca de 800 mil euros) para outras responsabilidades após este rateio.
Administrador espera encaixar mais 24 milhões
Com este pagamento, o Novo Banco conseguirá recuperará assim (para já) 11 milhões dos 58 milhões reclamados, havendo a perspetiva de mais encaixes financeiros no futuro próximo, mas em montante insuficiente para recuperar a totalidade da dívida.
De acordo com o administrador de insolvência, já foram aceites propostas no valor de 19 milhões de euros para a venda de 13 lotes, mas falta ainda a escritura de compra-venda. Ainda assim, a massa insolvente já recebeu 3,2 milhões de euros referentes a sinais. Adicionalmente, ainda sem registo de ofertas encontravam-se quatro lotes, que têm o valor de avaliação de venda imediata de 8,4 milhões.
Bruno Costa Pereira fala em “entradas futuras expectáveis” superiores a 24 milhões de euros, que mitigarão as perdas do Novo Banco neste ativo tóxico herdado do tempo do BES.
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