Fusões e aquisições caem para mínimos de três anos
Atividade de fusões e aquisições envolvendo empresas britânicas atingiu mínimos de 20 anos. Ainda assim, analistas da Citi dizem que ainda não sentiram os efeitos do Brexit.
A atividade global de fusões e aquisições afundou para o nível mais baixo em três anos. Uma quebra que se explica com o valor recorde de ofertas que não foram concretizadas e com o facto de negócios envolvendo companhias britânicas terem caído para mínimos de 20 anos.
Os dados da Thomson Reuters mostram que a atividade de fusões e aquisições entre empresas desacelerou de forma acentuada nos três primeiros meses do ano, com as companhias a estabelecerem negócios no valor de cerca de 2,1 biliões de euros (2,37 biliões de dólares), menos 22% face ao mesmo período do ano passado – entre janeiro e outubro de 2015 registou valores recorde.
Nos EUA, o valor de M&A caiu ainda mais: 31% para cerca de 900 mil milhões de euros (um bilião de dólares). Mas foi o falhanço em torno de mega negócios em todo o mundo que explicam os números globais. Ofertas de aquisição ou fusão entre empresas no valor de 617 mil milhões de euros (692 mil milhões de dólares) não chegaram a bom porto, um valor recorde no que toca a negócios falhados.
“Há alguma preocupação à luz do número de negócios que foram bloqueados”, referiu Rob Kindler, diretor de M&A do Morgan Stanley.
Outro fator que explicou o decréscimo na atividade de M&A está relacionado com o envolvimento de empresas britânicas, mostraram os mesmos dados. Normalmente, empresas do Reino Unido contam para 10% a 20% da atividade global, mas este ano representaram apenas 8%, num ano que fica marcado pelo referendo histórico que vai colocar a região de fora da União Europeia. Ainda assim, foram acordados negócios no valor de 28 mil milhões de euros envolvendo empresas britânicas já depois da votação.
“Ainda não sentimos realmente o efeito do Brexit. O Reino Unido costuma ser o centro de referência para as novas empresas que se formam. Agora, embora as empresas continuem a querer estar cotados na nossa bolsa, estão preocupadas com os riscos regulatórios e fiscais”, disse Wilhelm Schulz, diretor de M&A do Citigroup.
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