BCE reduz ritmo de compras de dívida pública face à subida dos preços
Banco Central Europeu anunciou esta quinta-feira que vai reduzir os estímulos para um "ritmo moderadamente inferior" em relação aos últimos meses perante estabilização da economia.
Numa altura em que a economia da Zona Euro está a estabilizar e a inflação dá sinais de aquecimento, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira que vai reduzir o ritmo de compras de dívida no âmbito do seu programa de estímulos que lançou para responder à pandemia.
“Tendo em conta a avaliação conjunta das condições financeiras e das perspetivas para a inflação, o conselho de governadores considera que as condições de financiamento favoráveis podem ser mantidas com um ritmo moderadamente inferior de compras de ativos líquidos ao abrigo do programa de compra de emergência pandémica (PEPP) do que nos dois trimestres anteriores“, indica o comunicado divulgado pela instituição.
A decisão era aguardada pelos analistas, alguns dos quais antecipam uma redução das aquisições de títulos dos 80 mil milhões de euros mensais para cerca de 60 mil milhões ou 70 mil milhões de euros por mês nos próximos meses.
O envelope de 1.850 mil milhões de euros do programa mantém-se “no mínimo, até ao final de março de 2022 e, em qualquer caso, até considerar que o período de crise do coronavírus terminou”, acrescenta a instituição, reiteranto a promessa de voltar a aumentar os estímulos se os mercados e as condições de financiamento exigirem.
Com isto, o BCE reconhece que o pior da crise já passou, que os juros das obrigações dos governos estabilizaram após a pressão verificada no início do ano, tentando assegurar ao mesmo tempo que esta decisão não significa já uma saída gradual dos estímulos, um sinal que poderia provocar turbulência nos mercados.
As taxas de juro de referência na região foram mantidas: a principal taxa de refinanciamento mantém-se em zero, enquanto a taxa de depósitos continua em -0,50% e a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez fica em 0,25%.
Depois da reunião e do comunicado, as atenções vão estar agora viradas para a conferência de imprensa com a presidente do BCE, a partir das 13h30 (hora de Lisboa). Lagarde deverá anunciar uma melhoria do quadro económico e também apresentará as projeções para a taxa de inflação.
A subida dos preços na Zona Euro tem dado palco aos chamados falcões do BCE, que consideram que é altura de o banco central começar a desvincular-se dos apoios lançados para travar o impacto da pandemia. Contudo, há leituras de que o pico da inflação seja “temporário” em função de vários fatores, entre os quais a comparação de base com o ano passado e as disrupções verificadas nas cadeias de fornecimento.
Também se espera que a presidente da autoridade monetária revele mais detalhes sobre o novo quadro estratégico relativo à implementação da política monetária do BCE, anunciado a 8 de julho, incluindo a nova meta simétrica de inflação de 2%.
(Notícia atualizada às 13h11)
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