Este regresso às aulas quer-se mais sustentável. É possível poupar e ajudar o ambiente?
Seis em cada 10 encarregados de educação querem comprar material escolar sustentável para o regresso às aulas deste ano. Saiba onde pode encontrar opções mais baratas e amigas do ambiente.
O ano letivo 2021-2022 arranca oficialmente esta terça-feira, 14 de setembro, para a maioria dos alunos portugueses, e fica marcado por uma nova preocupação: a escolha de material escolar mais sustentável por parte dos estudantes e dos encarregados de educação.
A verdade é que a consciência ambiental tem aumentado e faz com que a procura por opções mais amigas do planeta seja hoje maior do que nunca. Desta tendência não fica de fora este regresso às aulas, no qual 92% dos encarregados de educação garantem que querem contribuir positivamente com compras mais sustentáveis.
Os dados são do estudo Observador Cetelem Regresso às Aulas 2021, que apurou que os encarregados de educação vão procurar comprar apenas o material escolar necessário (60%), nomeadamente aqueles que têm filhos a frequentar o ensino pré-escolar (72%). Já 49% vão optar por reciclar materiais, sobretudo os estudantes do ensino superior (63%). Para 32% a melhor opção passa por se deslocarem a lojas de proximidade e para 15% optar por produtos sem embalagens ou com embalagens recicladas.
Os encarregados de educação inquiridos revelaram, ainda, que vão procurar comprar alternativas sustentáveis no que diz respeito ao material escolar essencial (58%), artigos de vestuário e calçado (51%) e materiais de educação física (50%).
No entanto, e apesar de seis em cada 10 encarregados de educação pretenderem investir em materiais essenciais escolares ecológicos, a dificuldade no acesso a esse tipo de opções mais sustentáveis ainda é relatada por quatro em cada 10 encarregados de educação como um entrave.
O estudo do Observador Cetelem apurou também que 18% dos encarregados de educação estão de facto dispostos a pagar mais para adquirir materiais amigos do ambiente. Já as marcas estão cada vez mais conscientes da necessidade de oferecer soluções mais sustentáveis e, para isso, têm lançado novos produtos que vão ao encontro destas preocupações ambientais.
O objetivo passa também por consciencializar os clientes para os impactos que as suas escolhas podem ter, e mostrar que ser mais sustentável não implica gastar mais dinheiro. Às vezes, pode até significar uma grande poupança para as famílias.
Veja aqui algumas sugestões recolhidas pelo Capital Verde:
Aqui o regresso às aulas diz-se “eco-responsável”
No grupo Auchan encontra uma coleção inteira dedicada ao regresso às aulas, feita apenas de materiais reciclados, lançada este ano. Nesta coleção que a cadeia retalhistas classifica como reciclável e sustentável o material de escrita e desenho, bem como mochilas e estojos, são feitos a partir de plástico PET reciclado. Já os cadernos e os dossiers resultam de papel ou cartão reciclado. O grupo disponibiliza, ainda, uma gama de artigos para venda avulso, a fim de evitar o desperdício.
Na Auchan pode também comprar roupa em segunda mão para este regresso às aulas através do espaço ReUse, uma iniciativa que conta com a parceria da MyCloma. Para já, este espaço ainda só está disponível em algumas lojas do grupo – Auchan MarShopping, Auchan Alegro Alfragide e Auchan Almada Forum.
Canetas BIC feitas de cana-de-açúcar e lápis de carvão de resina sintética
A primeira caneta BIC nasceu em 1950. Hoje as fábricas da marca são abastecidas com energia 100% renovável e matérias-primas que as abastecem vão desde a cana-de-açúcar à fibra de papel reciclada, que se transformam em canetas e post-its.
A BIC é também uma opção nos lápis de carvão, lápis de cor e marcadores, mas agora já os pode encontrar numa versão mais ecológica, na nova linha Ecolutions da marca. Nesta linha, os materiais podem ser feitos a partir de resina sintética (sem madeira), PET reciclado ou plástico projetado, para se degradar em compostagem, de embalagens de cartão reciclado e embalagens e produtos de papel certificados pelo FSC.
Tecnologia com uma segunda vida
A Back Market vende dispositivos eletrónicos recondicionados, materiais que atualmente já são imprescindíveis a todos os estudantes. Computadores, telemóveis, headphones e calculadoras são algumas das opções que pode encontrar aqui a valores mais agradáveis para a carteira.
Esta é uma das soluções que procura não só poupar dinheiro às famílias portuguesas, mas também contrariar o impacto ambiental gerado pela compra anual deste tipo de produtos.
Tal como a Back Market, a Cash Converters também vende vários aparelhos eletrónicos em segunda mão e mais baratos. A marca conta já com várias lojas físicas de norte a sul do país, onde pode encontrar vários materiais, como computadores, tablets e calculadoras, todos eles fundamentais no regresso às aulas.
A Economia Circular também é feita de manuais escolares
A compra de manuais escolares é um dos maiores encargos na hora de regressar à escola, sobretudo para os alunos do ensino privado, já que nas escolas públicas o Governo tem em vigor o programa MEGA, que garante manuais gratuitos para os alunos de todos os anos de escolaridade, do 1º ao 12º, promovendo dessa forma também a Economia Circular.
Para quem não tem esta benesse mas quer poupar, a plataforma online Book in Loop é uma opção. Trata-se de uma plataforma de e-commerce que compra e vende estes livros em segunda mão, do 5º ao 12º anos de escolaridade. Os manuais são revendidos a metade do preço dos originais, facto que já permitiu que as famílias portuguesas poupassem mais de 300 mil euros nestes bens. Este ano, além da revenda de manuais, a marca também está a apostar no recondicionamento de calculadoras gráficas e científicas, com o objetivo de as revender e dar-lhes uma nova vida.
A plataforma Manuais Usados, à semelhança da Book in Loop, também vende manuais escolares em segunda mão, mas com uma diferença: esta iniciativa não é um intermediário na compra e venda dos produtos. Aqui, a relação entre o vendedor e o comprador é direta e qualquer pessoa pode aceder, tanto para comprar como para vender manuais escolares a preços mais acessíveis. Por essa razão, todo o processo de venda e compra é da inteira responsabilidade do vendedor e do comprador.
Ainda neste capítulo, no caso do movimento “Reutilizar”, a missão é criar e divulgar bancos de recolha e partilha gratuita de livros escolares usados em vários pontos do país. Cada banco faz a recolha e a entrega dos livros.
Ao aceder ao site, pode ver se tem algum banco de livros localizado perto da sua residência e, caso não haja, também pode tornar-se você mesmo o promotor de um banco de recolha. Neste caso passa a caber-lhe a si a responsabilidade de selecionar os livros que podem ser reutilizados e definir as suas próprias regras de funcionamento.
Sustentabilidade também passa pelo que vestem e calçam
A Kid to Kid é uma marca que compra e vende vários artigos para criança, dos 0 aos 12 anos, em segunda mão. Aqui pode encontrar roupa, calçado, equipamentos vários e brinquedos a preços bem mais em conta. Esta é uma opção que permite uma maior poupança para todos os pais de crianças de todas as idades que frequentemente se deparam com roupas e calçado que deixam de servir e têm de os substituir por novos. Além disso, ao comprarem roupa em segunda mão, estão a promover a Economia Circular.
Já no site da marca portuguesa Zouri Shoes podem encontrar para os seus filhos, dos mais novos aos mais velhos, ténis vegan feitos a partir de plástico recolhido das praias da costa portuguesa. Assim, ao optar por comprar nesta marca, além de estar a fazer uma escolha mais ecológica, consegue, ainda, contribuir para limpar os areais nacionais.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Este regresso às aulas quer-se mais sustentável. É possível poupar e ajudar o ambiente?
{{ noCommentsLabel }}