Especialistas voltam a reunir no Infarmed para dar “luz verde” ao alívio de medidas
Peritos deverão dar "luz verde" à terceira e última etapa do plano de desconfinamento. Uso de máscara em espaços fechados e o certificado digital Covid serão alguns dos temas que vão ser abordados.
Mais de um mês depois da última reunião, Governo, partidos com assento parlamentar e especialistas voltam a reunir-se, esta quinta-feira, no Infarmed para avaliarem a situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal. O encontro vai servir para confirmar o avanço para última fase de desconfinamento, sendo que deverão surgir algumas recomendações, nomeadamente sobre o uso de máscara em espaços fechados.
Desde dia 29 de julho, que as três fases de desconfinamento estão definidas, pelo que não se esperam grandes alterações. Contudo, o Governo quer ouvir os especialistas, por forma a ter um “respaldo” para avançar para a terceira e última fase do plano de desconfinamento. Com o ritmo de vacinação a avançar, Portugal prepara-se para ter, em breve, 85% da população com a vacinação completa, fasquia que poderá ser alcançada ainda antes das eleições autárquicas.
Esta foi, aliás, a meta definida pelo Executivo para passar para a última fase do plano de desconfinamento, que pressupõe que os restaurantes passem a funcionar sem limites de grupo por mesa, bem como o fim dos limites impostos às restantes atividades. Nessa altura, discotecas também deverão voltar a abrir portas, mediante apresentação de certificado digital ou teste negativo à Covid-19.
Ao que o ECO apurou, e tendo em conta que a situação epidemiológica do país está bastante controlada, os peritos deverão dar “luz verde” ao levantamento das restrições. A título de exemplo, segundo os últimos dados divulgados pela Direção-Geral da Saúde, a incidência em território nacional está em 191,1 casos por 100 mil habitantes, enquanto o índice de transmissibilidade está em 0,84. Estes dois indicadores, que têm guiado o plano de desconfinamento, estão a recuar há mais de 10 dias.
Ainda assim, um dos especialistas ouvidos pelo ECO, aponta que apesar deste alívio generalizado, “nem todas as medidas vão ser levantadas“. Nesse contexto, os peritos deverão fazer algumas recomendações, nomeadamente relativamente ao uso de máscara em espaços fechados.
A máscara deverá continuar a ser obrigatória em espaços fechados, bem como quando existam grandes aglomerados. A dúvida aqui prende-se com o facto de como e “onde é que vai ser desenhada a linha da obrigatoriedade”, sinaliza outro especialista, ao ECO. A ideia é manter “um nível de cautela basal e obrigatório” através do uso de máscara, em locais mais propícios à transmissão do vírus, como serviços de saúde, lares de idosos, serviços públicos e transportes públicos, “pelo menos nesta fase de transição”, acrescenta.
O objetivo é evitar um crescimento dos casos com o alívio das medidas, por forma a não ter “surpresas adicionais” durante o próximo inverno e, consequentemente, evitar voltar a apertar nas medidas. Além disso, deverão ser transmitidas outras recomendações genéricas, por forma a continuar a quebrar eventuais cadeias de transmissão. Nesse sentido, os especialistas deverão ainda reforçar a mensagem para que a população não frequente eventos com sintomas e que não frequentem “muitos eventos durante a semana”. A ideia é que seja “algo seletivo para diminuir a probabilidade de infetar ou ser infetado”.
Outro dos assuntos que deverão ser discutidos nesta reunião é a necessidade de apresentação de certificado digital Covid, ou, em alternativa teste negativo, para a aceder a determinados espaços. Em discussão está, por exemplo, a limitação deste documento a um conjunto mais restrito de atividades ou até a sua eventual dispensa.
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