Feedzai muda de escritório no Porto. Semana de trabalho de quatro dias regressa em agosto de 2022

Em Portugal, trabalhadores da "unicórnio" portuguesa inclinam-se "ligeiramente" para o trabalho remoto. Startup tem ainda 52 vagas de trabalho por preencher.

A Feedzai está a mudar-se para um novo escritório no Porto, espaço que irá receber os funcionários que escolheram o trabalho presencial ao longo dos próximos seis meses. Depois do piloto da semana de trabalho de quatro dias no passado mês de agosto, a “unicórnio” vai repetir esse modelo todos os anos no mesmo mês. E ainda há 52 vagas de emprego em aberto.

Ao ver o sucesso da semana de trabalho de quatro dias na Islândia, a Feedzai decidiu fazer a mesma experiência em agosto com os seus mais de 500 trabalhadores em Portugal e EUA e espalhados por cidades como Londres, Sidney e Hong Kong, congregando mais de 20 nacionalidades.

“O sentimento dos colaboradores foi positivo. Como iniciativa, está perfeitamente alinhada com o nosso foco no equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal e, efetivamente, passou a mensagem de que queremos que as pessoas façam pausas. Agosto foi a altura certa para fazê-lo”, diz Dalia Turner, VP of People da Feedzai, à Pessoas.

Ao nível de produtividade, a redução da semana de trabalho gerou resultados “em linha com o que esperávamos”, afirma. “O serviço aos clientes foi mantido, nada caiu por terra, todos os objetivos que pretendíamos atingir em agosto foram alcançados”, assegura.

Mas, nesta fase, a companhia não vai avançar com este modelo da semana de quatro dias de forma alargada a todo o ano: “Não digo que não o possamos fazer algures no futuro, mas não é algo com que nos vamos comprometer neste momento”, diz a VP Person da Feedzai.

Aquilo com que, neste momento, a startup está disposta a se comprometer é com a repetição desta iniciativa em todos os meses de agosto: “É algo que temos intenção de fazer todos os agostos, portanto, vamos repetir em agosto do próximo ano”, adianta Dalia Turner.

Portugueses “tendem ligeiramente” para trabalho remoto

Contudo, como modelo mais imediato, e numa altura em que as empresas estão a fazer regressar os colaboradores ao escritório, a Feedzai quer dar aos trabalhadores a possibilidade de, num período de seis meses, escolherem em que moldes preferem trabalhar: se baseados no escritório ou de forma remota. O modelo de regresso é variado. “Depende da localização”, diz Dalia Turner.

“No nosso escritório de Hong Kong, a quase totalidade dos colaboradores indica que prefere estar, sobretudo, no escritório. Em Portugal, é um pouco mais equilibrado: quase metade disse que preferia estar ou no escritório ou de forma remota (tendendo ligeiramente para o modelo remoto). E, nos EUA, sobretudo no nosso escritório em San Mateo (São Francisco), optaram mais por um modelo remoto”, descreve.

Com dez escritórios em países como Portugal, EUA, Reino Unido, Austrália, Singapura e Hong Kong, a empresa conta “manter o status quo em termos da área de escritórios” que tem atualmente “nos próximos 12 meses, porque os colaboradores terão a possibilidade de escolher (o modelo que preferem) a cada seis meses”, explica.

Em Portugal quase metade (dos trabalhadores) disse que preferia estar ou no escritório ou de forma remota (tendendo ligeiramente para o modelo remoto).

“Antecipo que, à medida que as pessoas se sintam mais confortáveis, mais pessoas queiram voltar ao escritório e, daqui a um ano, avaliamos o que faz mais sentido como solução mais permanente — se será algo flexível ou mantermos o que temos hoje”, continua.

Porto tem novo escritório

Em Portugal, onde a empresa mantém a sede e cerca de 60% dos colaboradores, a opção recaiu ligeiramente para o trabalho remoto. Na zona Norte, no Porto, os colaboradores que optem por trabalhar a partir do escritório terão um novo espaço. Com aproximadamente 980 metros quadrados, o novo escritório tem capacidade para um total de 100 colaboradores e está localizado no recém-inaugurado Porto Business Plaza, entre a Rua de Santos Pousada e o Campo 24 de Agosto.

“Aproveitamos a oportunidade, em que as pessoas estavam a trabalhar a partir de casa por causa da Covid, para pensarmos no escritório, para que tivesse mais zonas de colaboração, fosse mais aberto e mais adaptado ao modelo flexível que vamos adotar”, comenta Dalia Turner.

“A nossa política de trabalho remoto permite que os colaboradores estejam ou mais baseados no escritório ou em trabalho remoto. Temos de de assegurar que temos espaços preparados para trabalhadores que querem estar num ambiente onde têm um monitor e um bom sítio para trabalhar, mas também para equipas que se querem juntar para colaborar, temos este espaço desenhado de modo a responder às duas situações”, destaca.

regras transversais a todos os espaços. “Em todos os escritórios acabamos com a ideia de ‘a minha secretária’. Se um colaborador vai ao escritório — em qualquer um dos nossos escritórios — tem de se registar e indicar qual a secretária onde se vai sentar, se for para o escritório todos os dias pode, se o quiser, sentar-se sempre nessa secretária, mas no fim do dia tem de sair. E a razão pela qual estamos a fazer isso é para assegurarmo-nos de que podemos manter em todas as nossas localizações o nível de limpeza e segurança para todos”, refere.

“Isso é algo que estamos a fazer de forma consistente em todas as localizações. Mas depois há uma série de iniciativas que estão a ser impulsionadas por países”, comenta. É o caso da vacinação nos EUA. No início de setembro, a administração Biden — num esforço de conter o impacto da variante Delta — anunciou a intenção de tornar mandatório que empresas com mais de 100 trabalhadores exijam vacinação ou testes semanais ao coronavírus, uma decisão que afeta cerca de 80 milhões de norte-americanos, segundo noticiou a Associated Press.

“Estamos a avaliar o que isso significa para nós na Feedzai e estamos a avaliar o que teremos de fazer de diferente — se tivermos de fazer alguma coisa — para cumprirmos com isso. Mas só porque tem de acontecer nos EUA não quer dizer que tenha de acontecer em todo o lado. Estamos a monitorizar todas as questões legais e legislações em todos os países onde os escritórios estão localizados para assegurar que estamos a cumprir com o que é necessário“, diz Dalia Turner.

52 vagas em aberto

À procura de reforçar operações em Portugal, a Feedzai, que este ano contava contratar cerca de 180 colaboradores em todo o mundo, tem ainda 52 vagas em aberto, para várias funções, como data scientists, software engineers e analistas para a equipa financeira.

Todas as vagas em território nacional têm um modelo flexível que permite o trabalho a partir de um dos escritórios ou principalmente à distância. Todas as vagas ativas podem ser vistas na página oficial de recrutamento da empresa: a Feedzai Careers.

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