Microsoft estuda novo escritório fora de Lisboa e quer recrutar mais de 200 pessoas
Trabalhadores estão a regressar ao escritório em modelo híbrido. Metade do tempo de trabalho poderá ser assegurado de forma remota.
A Microsoft Portugal está a estudar localizações para a abertura de novos escritórios em Portugal, fora de Lisboa. A tecnológica, que está neste momento a fazer regressar os mais de 1.400 trabalhadores ao escritório num modelo híbrido de trabalho, quer recrutar também mais de 200 colaboradores.
“O estudo que vamos iniciar visa ver as possibilidades de expansão dos escritórios Microsoft”, adianta Paula Panarra, diretora-geral da Microsoft Portugal, num encontro digital com jornalistas. A responsável não adiantou, no entanto, potenciais futuras localizações dos novos espaços — a juntar aos dois escritórios da tecnológica em Lisboa –, nem uma data para uma tomada de decisão sobre a matéria, nem mesmo o investimento previsto.
A decisão é conhecida num momento em que a companhia, depois de meses com muitos dos colaboradores a trabalhar de forma remota, começou desde segunda-feira a fazer regressar as equipas aos escritórios num regime híbrido. Um “soft opening“, diz Paula Panarra, num modelo standard em que “até 50% do trabalho (do colaborador) pode ser feito remotamente, sem necessidade de qualquer tipo de aprovação. Para uma percentagem superior terá de ser aprovado pela linha de reporte”.
A flexibilidade vai ser fator fundamental para atrair e reter talento.
Em Portugal, a empresa não vai exigir vacinação aos colaboradores, ao contrário do que foi decidido nos Estados Unidos, cumprindo-se a lei nacional, refere Panarra, mas implementou um conjunto de medidas para garantir a segurança e saúde dos colaboradores, como um questionário de verificação do estado de saúde, a marcação de lugar, a utilização obrigatória de máscara em toda a permanência no escritório, o distanciamento de dois metros e a higienização constante das áreas de trabalho.
Modelo híbrido: o modelo de trabalho do futuro
O futuro na Microsoft passa por uma maior flexibilidade do modelo de trabalho, com foco no híbrido. “Vai ser o modelo do futuro”, garante Paula Panarra, referindo-se ao modelo que mistura componentes de trabalho presencial e remoto. “A flexibilidade vai ser fator fundamental para atrair e reter talento”, diz ainda.
Neste momento, a companhia já tem mais de 1.400 colaboradores em Portugal, dos quais cerca de 20% de outras origens geográficas, uma subida de 200 pessoas face há um ano. “Desde o início da pandemia contratamos 440 colaboradores e temos em aberto 218 posições nas mais variadas funções”, revela.
Em novembro do ano passado, a companhia, no memorando de entendimento assinado com o Governo, tinha-se comprometido a criar 1.500 postos de trabalho até 2022. “Com o que já contratamos e esperamos contratar acredito que iremos superar isso”, diz Panarra, mas não adiantou uma nova meta.
Paula Panarra reconhece a dificuldade, já manifestada por outras tecnológicas, na oferta de talento disponível e tem vindo a trabalhar ao nível da formação e capacitação, tendo, através do programa Global Skills Inititative, desde junho do ano passado, ajudado 271 mil portugueses a adquirir competências digitais nas mais variadas áreas de qualificação. O objetivo inicial era capacitar até 100 mil pessoas em todo o país o ano passado. Até ao final do ano, a companhia quer capacitar 300 mil pessoas.
“Não podemos esperar pela próxima geração de estudantes para colmatar a falta de talento disponível”, diz.
Inclusão: 2% da força de trabalho com deficiência até 2023
Depois de, nos últimos dois anos, a empresa ter criado em Portugal, grupos internos para responder aos temas da diversidade e inclusão, como o GLEAM (Global LGBTQI+ Employees and Allies at Microsoft”), que conta já com 60 membros, e o BAM (Blacks at Microsoft), que integra 32 membros, a Microsoft lançou grupo Disability para uma maior integração e inclusão de pessoas com deficiência.
A iniciativa pretende capacitar o tecido empresarial e a economia para uma maior integração de pessoas com deficiência no trabalho, através do desenvolvimento de uma geração de tecnologia mais acessível, refletida nos produtos da Microsoft e nas ferramentas e serviços que apoiam os programadores de software e fornecedores portugueses. O objetivo é chegar a 2% da força de trabalho de pessoas com deficiência em Portugal, até 2023.
Buildling The Future de regresso
A empresa anunciou ainda o lançamento da 4.ª edição do Building the Future, a realizar-se entre os dias 26 e 28 de janeiro de 2022. O evento, que decorrerá sobretudo em formato digital, reúne alguns dos mais importantes decisores, líderes, profissionais da área tecnológica, tem já Mo Gawdat, autor do best-seller Solve for Happy e do novo livro Scary Smart; Nicholas Haan, coordenador na Singularity University e copresidente de um Grupo de Trabalho de Tecnologia Avançada para as Nações Unidas, que está a lançar uma iniciativa para o arranque das alterações climáticas; e Ivana Tilca, atualmente Innovation Evangelist no 3XM Group e Microsoft MVP em Inteligência Artificial, que irá fazer uma Demonstração do Microsoft Mesh, como oradores.
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