Valor dos créditos em moratória caiu para 36,3 mil milhões no final de agosto

As moratórias bancárias terminam esta quinta-feira para a maioria dos clientes. Bancos tinham 36,3 mil milhões de euros de crédito suspenso no final de agosto, protegendo mais de 289 mil clientes.

Os bancos tinham pouco mais de 36,3 milhões de euros em empréstimos ao abrigo da moratória pública no final de agosto, um número ligeiramente abaixo do observado no mês anterior, sendo que mais de 289 mil famílias e empresas beneficiavam desta medida de proteção do crédito que termina esta quinta-feira.

Do total de crédito em moratória no final do mês passado, 14,1 mil milhões correspondem a empréstimos a particulares, incluindo famílias, IPSS e empresários em nome individual, dos quais 12,7 mil milhões de euros são créditos da casa cuja prestação de juros e ou capital está suspensa, segundo os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.

Os restantes 21,5 mil milhões de euros em moratória dizem respeito a crédito de empresas, dos quais 8,3 mil milhões são dos setores mais vulneráveis — alojamento e restaurantes, comércio e transportes — que vão poder beneficiar das garantias públicas concedidas pelo Estado nas reestruturações dos contratos após o fim das moratórias.

O valor dos créditos em moratória tem vindo a decrescer progressivamente desde que atingiu o pico de 48,1 mil milhões de euros em setembro do ano passado. Já baixou 11,8 mil milhões de euros desde então, à medida que as moratórias privadas dos bancos e das instituições de crédito especializado foram terminando nos últimos meses.

Apenas a moratória pública continua ativa, mas termina esta quinta-feira, pelo que milhares de famílias e empresas vão ter de retomar as prestações aos bancos a partir de amanhã. Os dados do supervisor apontam para mais de 289 mil clientes com créditos em moratória no final de agosto, dos quais 236,2 mil são clientes particulares e 49,7 mil são empresas.

As autoridades oficiais e os bancos esperam uma “transição suave” para o fim das moratórias tendo em conta as perspetivas de recuperação da economia, a acumulação de depósitos nos últimos meses e as medidas já anunciadas, como o reforço da proteção dos clientes na prevenção do incumprimento e ainda os apoios do Estado em matéria de garantias públicas e soluções de capitalização das empresas que não foram ainda concretizadas.

O decreto-lei que instituiu a moratória pública data de 26 de março, e permitiu aos clientes bancários beneficiar da suspensão dos juros e/ou capital do empréstimo durante meses. A medida já foi alvo de várias alterações no sentido de prolongar o prazo da moratória, por causa dos vários confinamentos que o Governo foi impondo no último ano e meio para controlar as vagas da pandemia.

Portugal foi um dos países europeus onde mais se recorreu às moratórias bancárias e a dimensão desta “ajuda” aos clientes assustou as autoridades, que receavam que se pudesse tratar de uma “bomba-relógio” que ia dinamitar a economia ou provocar o “tsunami” de falências quanto terminassem.

(Notícia atualizada às 11h41)

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