Siza mais preocupado com “médio prazo” do que com “subida momentânea” da luz
"Mais que nos preocuparmos com a subida momentânea da energia elétrica é asseguramos que a médio prazo conseguimos fazer essa redução dos custos da energia", afirma o ministro da Economia.
O elevado custo da energia é uma ameaça real para o tecido empresarial português. O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, reconhece o contexto adverso, mas diz que está mais preocupado em garantir uma redução dos custos de energia a médio prazo do que propriamente com a subida momentânea dos custos energéticos.
“Temos um problema estrutural em Portugal. Temos um custo de energia elétrica para os nossos produtores industriais que é superior ao dos nossos congéneres ou concorrentes europeus. O nosso esforço tem que ser o de reduzir estruturalmente esse valor. Mais do que nos preocuparmos com a subida momentânea do custo da energia elétrica é asseguramos que a médio prazo conseguimos fazer essa redução dos custos da energia”, alerta o ministro da economia, na conferência Retomar Portugal.
Numa altura que o preço da eletricidade bate todos os recordes ao disparar para 288,53€/MWh, Siza Vieira lembra que o Governo está a fazer um “esforço orçamental este ano de transferência de recursos para o sistema elétrico nacional vai sobretudo dirigido à redução da tarifa de acesso às redes que é uma componente importante no custo total da energia que estruturalmente é muito elevado porque tem custos históricos que as empresas continuam a pagar”.
“Manutenção deste quadro é insustentável”, alerta presidente da CIP
António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), alerta que a questão dos custos energéticos é um tema que está a “preocupar” a associação e que o tecido industrial “está a sofrer com esse impacto, seja nos transportes, na escassez e aumento brutal nas matérias-primas e nos custos de energia”. Para o líder da associação, “manutenção deste quadro é insustentável”.
“Queremos ver no horizonte o que é espectável porque a manutenção deste quadro é insustentável. Isto não é só para Portugal e afeta mais umas regiões do mundo que outras porque as políticas energéticas são diferentes, uns tens energia nuclear, outro carvão. Os custos energéticos não são iguais para todos e isso a nível de competitividade acarreta algumas ameaças e estamos a ter vislumbrar o que pode melhorar para esbater esta questão”.
A Confederação Empresarial de Portugal tem falado com o Governo sobre preços da energia e quer usar Fundo Ambiental para atenuar os custos.
À semelhança da CIP, a Associação Empresarial do Minho alerta para o “princípio do colapso” com custos da energia. “Num tecido empresarial em que [a energia] chega a representar 30% a 40% dos custos de produção, o aumento completamente exponencial dos preços pode representar o princípio do colapso da competitividade das empresas portuguesas, nomeadamente do setor industrial”, adverte o líder da associação, Ricardo Costa.
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