Costa rejeita “acordo a qualquer preço” para viabilizar OE
A poucas horas de se sentar à mesa negocial com Jerónimo de Sousa e Catarina Martins, o primeiro-ministro avisa que há limites para aceitar propostas que seriam pagas “pelos bolsos dos portugueses".
Na véspera das reuniões decisivas com o PCP e com o Bloco de Esquerda para tentar a aprovação da proposta de Orçamento do Estado para 2022 – a votação na generalidade está agendada para dia 27 -, o primeiro-ministro avisou que este “não pode ser um acordo a qualquer preço”.
“Vamos fazer tudo o que esteja ao nosso alcance para obter o acordo. Mas não se obtém um acordo a qualquer preço. Porque o preço não é pago pelo meu bolso, mas pelos bolsos do conjunto dos portugueses, desta e das próximas gerações”, referiu António Costa, valorizando o equilíbrio das contas públicas e lembrando que o país tem a terceira dívida mais alta na União Europeia.
No final do Conselho Europeu, António Costa mostrou, ainda assim, estar otimista quando ao desfecho negocial com os partidos da esquerda. Um otimismo que disse “assentar exclusivamente na racionalidade da vida política”.
“Perante a “oportunidade histórica de pôr rapidamente em marcha os instrumentos para a transformação estrutural do país em muitos domínios (…), que sentido faz criar um novo drama? Depois da crise da pandemia, criar uma crise política?”, questionou.
Se fosse feita uma sondagem aos portugueses “sobre se alguém deseja ou compreende que haja uma crise política”, o primeiro-ministro acredita que o resultado seria favorável à continuidade do Governo que lidera. E, também por isso, prometeu em Bruxelas que vai “continuar a trabalhar [num acordo] enquanto houver estrada para andar”.
Em conferência de imprensa, o chefe do Executivo insistiu que esta é “uma boa proposta orçamental”, entendendo que “ainda ninguém [à esquerda] formulou uma crítica à proposta”, fazendo apenas sugestões para “ir mais além aqui ou ali”.
Antes de terminar a intervenção, lembrou que parte dos temas colocados em cima da mesa negocial pelo PCP e pelo Bloco “tiveram resposta nos diplomas” aprovados na última reunião do conselho de ministros, em matéria laboral, no sistema de saúde e na área da cultura.
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