Novobanco quer rentabilidade de dois dígitos e malparado abaixo de 5%

Depois da fase dos prejuízos, instituição olha para a frente com otimismo e ambiciona ter uma taxa de rentabilidade acima de 10% e um rácio de crédito malparado abaixo de 5%.

O Novobanco ambiciona atingir uma taxa de rentabilidade “atrativa” acima dos 10% e mantém o objetivo de baixar o rácio de malparado para níveis inferiores a 5% para se alinhar com os pares europeus.

Estes objetivos fazem parte da nova estratégia que o banco acabou de comunicar ao mercado, um dia depois de ter anunciado lucros de 154 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, naquilo que representa o “virar de página” após milhões de prejuízos, segundo o CEO, António Ramalho.

A instituição chegou a setembro com uma rentabilidade dos capitais próprios de 8,7% (resultado antes de impostos/capitais próprios médios), mas tem agora como objetivo a médio prazo atingir taxas superiores a 10%, para concretizar aquilo que Ramalho tem prometido quanto à “rota de crescimento e de lucros” de agora em diante.

Desde que foi criado, em 2014, na sequência da resolução do BES, a rentabilidade tem sido negativa face aos prejuízos que resultaram em grande medida da limpeza dos ativos tóxicos herdados do antigo banco.

A Novobanco destaca mesmo “uma das maiores reduções de malparado na Europa” que protagonizou entre 2017 e setembro de 2021, ao baixar os níveis de ativos problemáticos em 78%, num esforço que permitiu alcançar um rácio de NPL (non performing loans) de 7,3% em setembro, menos 1,6 pontos percentuais em relação a dezembro de 2020.

Nesta frente, o banco vai continuar o esforço de limpeza do balanço até atingir um rácio de NPL abaixo dos 5%, tal como exigem as autoridades europeias e um nível onde os bancos portugueses, em média, já se encontram.

O Novobanco tem feito várias vendas de carteiras de créditos problemáticos nos últimos anos e tem, neste momento, dois processos de venda de carteiras em curso, o Harvey (640 milhões) e o Orion (200 milhões).

Do ponto de vista comercial, apostando sobretudo no mercado de crédito às empresas e ao consumo, o Novobanco pretende aumentar a carteira de empréstimos a um média de 2% a 3% por ano.

Esta semana, a instituição detida em 75% pelos americanos da Lone Star e 25% pelo Fundo de Resolução deixou cair a marca “Novo Banco” e passou a assumir-se como Novobanco, numa mudança que visa marcar o novo capítulo da sua vida.

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