Lagarde diz que Portugal pode inspirar Europa na recuperação pós-pandemia
A presidente do BCE está em Lisboa esta quarta-feira. A francesa discursou no 175.º aniversário do Banco de Portugal. Falou umas palavras em português e citou Fernando Pessoa.
Christine Lagarde disse esta quarta-feira que Portugal pode ser uma “inspiração” para a Europa no esforço da recuperação da economia após o impacto da pandemia. Em Lisboa, a francesa e presidente do Banco Central Europeu (BCE) ainda disse umas palavras em português e citou mesmo o poeta Fernando Pessoa: “Trago comigo as feridas de todas as batalhas que evitei”.
“Para que a Europa enfrente os desafios de hoje, temos de demonstrar ímpeto e capacidade de reforma. Isso requer coragem. Devemos seguir o exemplo dos portugueses de todas aquelas gerações atrás, desde 1755 até aos dias de hoje”, afirmou Lagarde na sessão solene comemorativa do 175.º aniversário do Banco de Portugal, no Museu do Dinheiro.
Lagarde recuou até ao terremoto de Lisboa de 1755 para mostrar como Portugal naquela altura mostrou ao mundo a capacidade de empreender reformas quando teve de reconstruir a capital e pode ser uma “inspiração para o resto da Europa” após o desastre da pandemia.
“A pandemia, como o terramoto de Lisboa, foi uma tragédia humana e um choque económico inesperado. Mas, por via da sua determinação, a Europa alcançou uma forte recuperação económica. Vamos agora trabalhar na construção de um futuro mais resiliente”, declarou a presidente do BCE que à tarde participa no Conselho de Estado convocado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
"Para que a Europa enfrente os desafios de hoje, temos de demonstrar ímpeto e capacidade de reforma. Isso requer coragem. Devemos seguir o exemplo dos portugueses de todas aquelas gerações atrás, desde 1755 até aos dias de hoje.”
Na sequência do terramoto de 1755, que terá custado mais de 30% do PIB português, “Portugal lançou uma série de medidas, incluindo políticas de desenvolvimento industrial, que iria revitalizar o país mais tarde, na segunda metade do século 18”, contou Lagarde.
“Há alguns paralelismos entre esse episódio e a situação que a Europa tem hoje, com a recuperação da pandemia do coronavírus”, afirmou a responsável.
Segundo Lagarde, o BCE e as autoridades públicas reagiram decisivamente para evitar um desfecho mais negativo: “As políticas [monetária e orçamental] trabalharam em conjunto de uma forma sem precedentes para preservar os empregos e travar falências”.
Agora, a Zona Euro e Portugal dispõem da possibilidade de transformar a economia. “Neste processo, recorremos – e ainda devemos recorrer – às forças que caracterizaram a resposta de Portugal ao desastre inesperado do terramoto de Lisboa: determinação, recuperação e resiliência.”
(Notícia atualizada às 13h49)
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