José Luís Arnaut, managing partner da CMS, afirma que o setor da advocacia estará sempre condicionado pelo contexto em que vivemos e acredita que vai ser preciso mais tempo para recuperar.
José Luís Arnaut, managing partner da CMS Rui Pena & Arnaut, afirma que o setor da advocacia estará sempre condicionado pelo contexto em que vivemos e por isso acredita que vai ser preciso mais tempo para recuperar do impacto da pandemia na economia.
Sobre 2021, admite que foi um ano “exigente” e que tiveram que continuar a adaptar-se face à pandemia. “Demos continuidade a uma estratégia que foi, anteriormente, delineada pela sociedade, com as adaptações que a realidade nos impõe e que são naturais”, explicou.
Que balanço faz do ano de 2021 no que toca ao mercado da advocacia de negócios?
Podemos afirmar que foi um ano exigente. Um ano em que nos tivemos que continuar a adaptar, face aos acontecimentos relacionados com a pandemia. Mas, na CMS, soubemos adaptar-nos à mudança com muita naturalidade. No nosso caso foi um ano em que aprofundámos a nossa expansão internacional, nomeadamente na Noruega e em Israel. Foi, também, o ano em que, em Portugal, solidificámos a nossa área de prática de Imobiliário & Urbanismo com a incorporação do João Pinheiro da Silva e da Sara Blanco de Morais. Trata-se do ano em que em que vemos alguns investimentos chegar ao mercado, como é o caso do Lupl, que acaba de ficar totalmente operacional, e que já está a revolucionar a relação entre as sociedades e os clientes. Trata-se de uma plataforma desenhada para o trabalho jurídico “colaborativo”, e que foi incubada por um trio de sociedades de advogados internacionais, a CMS, a Cooley e a Rajah & Tann Asia.
O que mudou no vosso escritório em termos de estratégia em 2021?
Não diria que tenhamos mudado algo na nossa estratégia em 2021. Podemos antes afirmar que demos continuidade a uma estratégia que foi, anteriormente, delineada pela Sociedade, com as adaptações que a realidade nos impõe e que são naturais.
Quais foram os setores mais movimentados e cuja movimentação se refletiu em termos de faturação no escritório?
No nosso setor é muito difícil fazer uma leitura linear sobre estes assuntos. No caso da CMS, para além da sua dimensão internacional, o chamado cross selling entre áreas de prática e setores de atividade é uma realidade enraizada. Posto isto, diria que, neste momento, e não descurando nenhuma das outras áreas que não são aqui mencionadas, há seis que se estão a destacar no nosso universo: Corporate M&A, Laboral, Contencioso & Arbitragem (Recuperação de Créditos), Energia, Imobiliário & Urbanismo e TMC.
Quais são as expectativas para 2022 em termos de volume de negócios?
O setor da advocacia, como todos os outros, estará sempre condicionado pelo contexto em que vivemos. No caso de Portugal, dada a sua dependência do turismo, que foi um dos setores mais afetados pela pandemia, sabemos que vamos precisar de mais tempo para recuperar do impacto que a mesma teve na nossa economia. Esta realidade, aliada ao facto de que poderemos ter pela frente um incremento da inflação e a atual crise de escassez de matérias-primas, são também fatores de risco. Todas estas variáveis vão ser determinantes para todos os setores de atividade, mas acredito que, no que concerne à CMS, iremos manter a trajetória de crescimento que temos verificado. O nosso enquadramento enquanto Sociedade Global, presente em 70 cidades e 43 países, permite-nos diversificar a exposição face ao mercado português. A nós e aos nossos clientes.
Que tipo de operações podem vir a acontecer?
Acredito que 2022 deverá continuar a apresentar uma tendência de crescimento nos setores de energias renováveis, do imobiliário e no setor tecnológico. Mas, também, matérias com forte preocupação ESG, nas quais destacamos, pelo papel que poderão representar na economia, os temas de sustentabilidade do setor financeiro, através de matérias green finance, com destaque para a emissão de green bonds, devem marcar 2022.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
“2022 deverá continuar a apresentar um crescimento nos setores de energias renováveis, do imobiliário e no tecnológico”, diz José Luís Arnaut
{{ noCommentsLabel }}