Eletrodomésticos velhos para deitar no lixo? Lisboa agora vai a sua casa buscá-los os reciclar
O novo serviço da autarquia está ativo em 13 freguesias. Entre julho e novembro foram recolhidas 20 toneladas de grandes eletrodomésticos num total de 252 recolhas. Em novembro foram seis toneladas.
A partir de agora, e em 13 freguesias do município de Lisboa — Ajuda, Alcântara, Alvalade, Areeiro, Arroios, Avenidas Novas, Beato, Belém, Campolide, Marvila, Olivais, Parque das Nações e Santo António — os habitantes contam com um serviço gratuito de recolha porta-a-porta de grandes eletrodomésticos. A grande diferença é que agora o projeto propõe-se a recolher grandes eletrodomésticos e outros equipamentos elétricos volumoso diretamente da casa das pessoas, “quer estejam na cozinha ou na garagem”.
Tudo começou com um projeto-piloto desenvolvido pela Câmara Municipal de Lisboa e pelo Electrão, que começou em julho em apenas em três freguesias, e “foi alargado a mais dez entre setembro e dezembro, para abranger novas áreas do município, dada a elevada adesão que está a registar”, disse a autarquia em comunicado.
Feitas as primeiras contas, dizem os responsáveis do projeto, entre julho e novembro foram recolhidas cerca de 20 toneladas de grandes eletrodomésticos o que envolveu um total de 252 recolhas. Só no mês de novembro foi possível recolher seis toneladas. Durante este período registaram-se 97 pedidos de recolha, revelam.
Para isso, os residentes nestas 13 freguesias podem solicitar a recolha através do número 808 20 32 32 da CML. A equipa de recolha assegura a movimentação do equipamento entre a casa, arrecadação ou garagem, até ao veículo de transporte, bem como o seu correto encaminhamento para reciclagem.
“O pedido só pode ser feito se existir um grande equipamento elétrico para recolha, mas confirmamos sempre se o munícipe tem outros equipamentos fora de uso, como pequenos eletrodomésticos, lâmpadas ou pilhas para recolha, de forma a aproveitar sinergias. Também estamos a sinalizar equipamentos que ainda estão a funcionar para entregar a instituições promovendo a reutilização e aliando-a a uma causa social”, revela o diretor-geral do Electrão, Pedro Nazareth.
Esta solução visa também dar resposta à problemática que constitui o mercado paralelo. Muitos equipamentos elétricos de grandes dimensões, que são colocados na via pública para serem transportados pelos serviços municipais, acabam por ser desviados do circuito oficial antes da chegada da viatura da autarquia.
Este serviço pretende ainda colmatar algumas lacunas que se verificam ao nível da logística inversa, ou seja, a recolha de um equipamento usado quando se efetua a compra de um novo.
O projeto piloto quer assim garantir que os equipamentos elétricos recolhidos, alguns dos quais com materiais perigosos, sejam encaminhados para reciclagem em unidades licenciadas para o efeito, contribuindo para a salvaguarda da saúde e ambiente e para o cumprimento das metas nacionais de recolha a que Portugal está obrigado.
De acordo com a Câmara Municipal de Lisboa, entre 2018 e 2020 aumentou a quantidade de REEE (Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos) encaminhados para destino final, passando de 245,74 toneladas para 438,09. Nos primeiros seis meses deste ano já recolheu 194,65.
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