Wall Street sobe mais de 1% após Fed acelerar fim dos estímulos
Os principais índices de Wall Street passaram de "terreno negativo" para "positivo", após anúncio da Fed sobre a redução dos estímulos. Fim da incerteza anima investidores.
Os principais índices norte-americanos inverteram a tendência negativa registada no início da sessão desta quarta-feira e passaram a “terreno positivo”, depois de a Reserva Federal dos Estados Unidos ter anunciado que irá acelerar a retirada dos estímulos monetários à economia face à evolução recente da inflação.
Tanto o S&P 500, como o industrial Dow Jones e o tecnológico Nasdaq estavam no “vermelho”, mas acabaram por passar para o outro lado da linha de água, terminando o dia a valorizar, respetivamente, 1,63% para 4.708,37 pontos, 1,10% para 35.934,37 pontos e 2,17% para 15.568,58 pontos.
O banco central dos Estados Unidos anunciou, esta quarta-feira, que vai passar a comprar 60 mil milhões de dólares em obrigações, a partir de janeiro, isto é, menos 30 mil milhões do que em dezembro. Em causa está um corte mais significativo do que anunciado previamente. Além disso, a Reserva Federal norte-americana sinalizou três subidas das taxas de juro de referência já no próximo ano, para responder ao disparo da inflação.
Estas decisões foram tomadas face à evolução recente do Índice de Preços no Consumidor, uma vez que a inflação tem registado níveis persistentemente elevados. Os preços têm sido, de resto, uma das principais preocupações recentes dos investidores, que viram agora o seu receio endereçado pelo banco central norte-americano.
“A Fed não trouxe surpresa alguma. Isto [a retirada mais acelerada dos estímulos] era esperado”, explicou Ryan Detrick, da LPL Financial, citado pela Reuters, lembrando que as perdas que estavam a ser registadas no início da sessão estavam relacionadas com os receios e as expectativas relativas à reunião do banco central desta quarta-feira. Ou seja, uma vez desfeita a incerteza, os investidores puderam “respirar de alívio”.
“A incerteza foi retirada dos mercados. Agora só têm de se focar nas receitas, margens e crescimento”, concordou Jim Caron, do Morgan Stanley Investment Management, citado pela CNBC. E acrescentou: “Traz algum alívio porque os mercados pensavam que [a decisão da Fed] poderia ser mais agressiva“.
Na mesma linha, Tom Martin, da Globalt Investments in Atlanta, disse à Reuters, que as medidas anunciaram pela Fed foram as esperadas, reforçando a credibilidade do banco central, o que poderá ser positivo para os mercados.
Em destaque esta quarta-feira está também a Apple, cujos títulos valorizam 2,41% para 178,53 dólares. A gigante da maçã está a aproximar-se de uma capitalização bolsista de três biliões de dólares, marca nunca antes atingida por uma cotada.
Também no “verde”, ficou a tecnológica Nvidia, cujos títulos dispararam 7,49% para 304,59 dólares. Do outro lado da linha de água, a Albemarle Corp viu as suas ações recuarem 1,66% para 239,79 dólares, depois do Goldman Sachs ter revisto a recomendação desta produtora de lítio de “vender” para “neutro”.
A preocupar os investidores esta quarta-feira esteve ainda a rápida propagação da nova variante do coronavírus, a Ómicron, e o seu potencial impacto na recuperação da economia.
(Notícia atualizada 21h10)
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