Eurostat confirma inflação recorde na Zona Euro em novembro

Taxa de inflação anual na Zona Euro foi mesmo de 4,9%, a mais alta desde o início da série, no final dos anos 90, confirmou o Eurostat. Escalada dos preços da energia justifica, em parte, esta subida.

O Eurostat confirmou esta sexta-feira que a inflação anual na Zona Euro atingiu 4,9% em novembro, a taxa mais elevada desde o início da série, em 1997. A média da inflação na União Europeia (UE) atingiu 5,2% e Portugal mantém-se um dos países com a inflação mais baixa entre os 27 Estados-membros.

De acordo com o gabinete oficial de estatística da UE, os preços pagos pelos consumidores no mês passado eram, em média, 4,9% mais altos do que em 2020, ano da pandemia, uma subida explicada, em parte, pela escalada dos preços da energia. Em 30 de novembro, o Eurostat estimou que, excluindo a energia e alimentos não processados, duas componentes mais voláteis, a variação anual do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor teria sido de 2,5%.

A inflação anual de 4,9% na Zona Euro representa uma aceleração de 0,4 pontos percentuais em relação a outubro, mês em que a taxa anual foi de 4,1%. Para comparação, em novembro de 2020, o mesmo mês do ano passado, a Zona Euro tinha assistido a um cenário de deflação, uma taxa anual de -0,3%, por causa da chegada da Covid-19.

“Em novembro, a maior contribuição para a taxa anual de inflação da Zona Euro foi a energia (+2,57 pontos percentuais, pp), seguida dos serviços (+1,16 pp), bens industriais excluindo energia (+0,64 pp) e alimentos, álcool e tabaco (+0,49 pp)”, explicou o Eurostat num comunicado.

Portugal continuou a ser um dos países com a inflação mais baixa face a 2020. Em novembro, o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor subiu 2,6% face a novembro do ano passado e avançou 0,3% face a outubro. Apenas Malta registou em novembro uma inflação anual inferior, de 2,4%, de acordo com dados do Eurostat.

As taxas de inflação anual mais elevadas foram registadas na Lituânia (9,3%), Estónia (8,6%) e Hungria (7,5%). “Comparativamente a outubro, a inflação anual manteve-se estável num Estado-membro [República Checa] e subiu em 26”, remata o gabinete de estatística na mesma nota. A inflação anual em França fixou-se em 3,4% em novembro, enquanto na Alemanha ascendeu a 6%.

A confirmação da inflação recorde na Zona Euro dá-se no rescaldo da decisão do Banco Central Europeu (BCE) de pôr fim ao programa de compras pandémicas no final de março, mas reforçando as compras líquidas do programa antigo. O BCE entende que o fenómeno da inflação europeu é explicado por fatores transitórios, como o custo da energia e a base comparativa impactada pela Covid-19 no ano passado, estimando que a inflação na Zona Euro atinja 3,2% em 2022, não prevendo subidas de juros no ano que vem.

Esta posição tomada pelo BCE diverge da Fed e do Banco de Inglaterra. O banco central norte-americano sinalizou na quarta-feira três subidas de juros em 2022, enquanto o banco central britânico decidiu, na quinta-feira, subir os juros pela primeira vez em três anos e meio, para tentar controlar a inflação.

Taxas de inflação (%) medidas pelo IHPC:

Fonte: Eurostat

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