Presidente do BCP diz não haver motivo para apreensão sobre subida das taxas de juro
Miguel Maya considera que o aumento de inflação está para ficar durante este ano, mas que não terá “um impacto de grande dimensão do ponto de vista das taxas de juro”.
O presidente do Millennium BCP, Miguel Maya, manifestou esta sexta-feira a convicção de que o aumento da inflação não terá impacto de grande dimensão nas taxas de juros, considerando não haver motivos para apreensão.
“Não tenho nenhuma dúvida de que este aumento de inflação está para ficar durante este ano, e provavelmente parte do ano que vem”, afirmou Miguel Maya, sublinhando que, ainda assim, tal não terá “um impacto de grande dimensão do ponto de vista das taxas de juro”.
Apesar do aumento de inflação “visível” nos Estados Unidos da América, na Europa e, mesmo em Portugal, “embora não com a mesma expressão”, o presidente do BCP considera não haver, para já “motivo de grande preocupação”, tendo em vista também as declarações da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que admitiu que os juros possam não subir em 2022.
Miguel Maya ressalva a necessidade de o país estar “atento” uma vez que “a gestão da taxa de juro exige uma gestão prudente”, mas considera não haver motivo para se estar “apreensivo sobre a capacidade de recuperação da economia por causa do eventual aumento das taxas de juro”.
Em declarações à agência Lusa, o CEO do BCP disse ainda que o número de empréstimos com moratória “que se transformaram em crédito vencido é muito reduzido”, mantendo por isso a convicção de que estas “tiveram um papel determinante na superação da crise económica em Portugal”.
As moratórias de crédito arrancaram em março de 2020 no contexto da pandemia de Covid-19, como medida de proteção às famílias e às empresas com o objetivo de assegurar a manutenção da sua capacidade de gestão de tesouraria e de liquidez, e terminaram no final de 2021.
De acordo com o BdP, o montante de empréstimos em moratória atingiu o valor máximo de 48,1 mil milhões de euros em setembro de 2020.
A moratória pública foi aprovada em março de 2020 e, paralelamente, as instituições financeiras disponibilizaram voluntariamente moratórias privadas, aplicáveis a contratos de crédito não abrangidos pela moratória pública, direcionadas especialmente para os particulares.
Miguel Maya falava na Nazaré, à margem da assinatura de um protocolo com a Liga Mundial de Surf Portugal e o Millennium bcp que passa a ser Banco Oficial das provas de surf e patrocinador da surfista Teresa Bonvalot, atleta tricampeã nacional que representou Portugal nos Jogos Olímpicos Tóquio2020 e que terminou o ano na 22.ª posição do Ranking Women’s Challenger Series.
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