BPI triplica lucros para 307 milhões. Paga dividendo de 194 milhões ao Caixabank

O BPI registou lucros de 307 milhões de euros em 2021, quase triplicando o resultado face aos 105 milhões obtidos um ano antes. Vai pagar um dividendo de 194 milhões ao espanhol Caixabank.

O BPI registou lucros de 307 milhões de euros em 2021, quase triplicando face aos 105 milhões obtidos um ano antes, com Portugal e o dividendo de Angola a contribuírem decisivamente para a subida do resultado. “Os resultados saíram acima das nossas expectativas”, admitiu o CEO João Pedro Oliveira e Costa na apresentação das contas anuais.

Na atividade em Portugal, o resultado líquido recorrente do BPI ascendeu a 200 milhões, acima dos 84 milhões registados em 2020. O banco teve custos não recorrentes de 179 milhões de euros com antecipadas e rescisões voluntárias. Já o banco angolano BFA contribuiu com 106 milhões de euros, incluindo o dividendo de 40 milhões e outros 50 milhões de distribuição de reservas reconhecidos em resultados. O moçambicano BCI deu 23 milhões.

Oliveira e Costa anunciou que, por conta destes resultados, vai pagar um dividendo de 194 milhões de euros ao espanhol Caixabank. O banco já aprovou uma proposta de payout de 50% dos resultados em Portugal e de 100% das participadas em Angola e Moçambique.

Do ponto de vista operacional, a margem financeira (diferença entre juros pagos e juros cobrados) cresceu 1,2% para 456 milhões de euros e as comissões dispararam 17,7% para 288 milhões de euros. Tudo somado, o produto bancário comercial aumentou 7,4% para 769 milhões de euros.

“Baixo crescimento da margem financeira? Se a mantivermos vai ser fantástico, vamos ver como sairão os outros bancos. Com taxas de juro negativas e com os depósitos a preencheram grande parte dos balanços, não há milagres“, reconheceu Oliveira e Costa.

“Ano extraordinário” no crédito para a compra de casa

João Oliveira e Costa explicou que o aumento do negócio (mais crédito e fundos de investimento) ajudou a aumentar o negócio. Aliás, o CEO do banco conta de um “ano extraordinário” no crédito para a compra de casa: cresceu 9% para 13,1 mil milhões. O banco deu 2,4 mil milhões para aquisição de casa, “um recorde histórico” que o presidente do BPI associa à rapidez do processo no banco em termos de decisão e execução e também à forte ligação aos mediadores mobiliários. O crédito a empresas aumentou 4,5% para 10,5 mil milhões.

Por outro lado, também aumentou os recursos de clientes em 9% para 40,3 mil milhões. Não só os depósitos aceleraram 11% para 28,9 mil milhões, como também nos fundos de investimento e seguros de capitalização se aumentou os ativos sob gestão em 18,2% e 5,9%, ajudando a melhorar o negócio do banco.

Em termos de qualidade do crédito, o rácio de NPE (non performing exposures) situou-se em 1,6%, o que se traduz numa redução de 0,1 pontos em termos anuais, com o BPI a reclamar que “mantém o melhor rácio NPE do setor financeiro em Portugal”.

O banco dá ainda conta de uma recuperação da rentabilidade dos capitais próprios tangíveis (ROTE) recorrente na atividade doméstica no ano passado, situando-se nos 6,8% (acima dos 2,7% em dezembro de 2020).

No que diz respeito aos quadros e rede comercial, o BPI fechou 2021 com 4.478 trabalhadores (-144 em relação a 2020) e 349 unidades comerciais, na sua grande maioria balcões (297).

(Notícia atualizada às 12h16)

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